Leituras literárias: escritas e diálogos intermidiáticos

segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Professores: Cátia Weber e Gilmar Matias
Nome: .............................................................................
Data: 21 de novembro de 2017- Terça-feira.
Turma: 1º ano do Ensino Médio                       Carga horária: 2 períodos
Tema: Sentimentos

 

OBJETIVO: Essa aula terá como título: “Se você pudesse entrar dentro de um espelho, você?...’’, onde será trabalhado o conto: “A primeira só!”, de Marina Colasanti, com uma relação ao filme: “Alice através do espelho”. Terá como objetivo trazer uma reflexão sobre a importância de se ter amigos e também incentivar a criatividade dos alunos, através de produções textuais. 
MOTIVAÇÃO E PRÉ-LEITURA
Motivação: Dentro de uma caixa o professor irá colocar um espelho e cada aluno abrirá e passará para o próximo colega, até todos verem. Após isso, ele revelará então o espelho e fará alguns questionamentos sobre a sensação que eles tiveram de ver seu reflexo no espelho, anotando no quadro as respostas dos alunos.
Pré-leitura: Após os alunos responderem sobre suas sensações em relação a se verem no espelho, o professor fará algumas questões que introduzirão a leitura do conto: “A primeira só!”, de Marina Colasanti:
            - Você gosta de ver seu reflexo no espelho?
            - Você tem espelho em casa? Quantos?
            - Você já quebrou algum espelho?
            - Você já ouviu as histórias que falam de azar para alguém que quebra um espelho?
            - Você acredita?
            - Nosso texto, que vamos analisar, tem por título “A primeira só!”, você consegue fazer uma relação desse título com a nossa conversa sobre espelhos?
LEITURA-DESCOBERTA:
A primeira só! (Marina Colasanti)
Era linda, era filha, era única. Filha do rei. Mas de que adiantava ser princesa se não tinha com quem brincar?
Sozinha, no palácio, chorava e chorava. Não queria saber de bonecas, não queria saber de brinquedos. Queria uma amiga para gostar.
De noite o rei ouvia os soluços da filha. De que adiantava a coroa se a filha da gente chora à noite? Decidiu acabar com tanta tristeza. Chamou o vidraceiro, chamou o moldureiro. E em segredo mandou fazer o maior espelho do reino. E em silêncio mandou colocar o espelho ao pé da cama da filha que dormia.
Quando a princesa acordou, já não estava sozinha. Uma menina linda e única olhava para ela, os cabelos ainda desfeitos do sono. Rápido saltaram as duas da cama. Rápido chegaram perto e ficaram se encontrando. Uma sorriu e deu bom dia. A outra deu bom dia sorrindo.
− Engraçado pensou uma -, a outra é canhota.
E riram as duas.
Riram muito depois. Felizes juntas, felizes iguais. A brincadeira de uma era a graça da outra. O salto de uma era o pulo da outra. E quando uma estava cansada, a outra dormia.
O rei, encantado com tanta alegria, mandou fazer brinquedos novos, que entregou à filha numa cesta. Bichos, bonecas, casinhas e uma bola de ouro. A bola no fundo da cesta. Porém tão brilhante, que foi o primeiro presente que escolheram.
Rolaram com ela no tapete, lançaram na cama atiraram para o alto. Mas quando a princesa resolveu jogá-la nas mãos da amiga, a bola estilhaçou jogo e amizade. Uma moldura vazia, cacos de espelho no chão.
A tristeza pesou nos olhos da única filha do rei. Abaixou a cabeça para chorar. A lágrima inchou, já ia cair, quando a princesa viu o rosto que tanto amava. Não um só rosto de amiga, mas tantos rostos de tantas amigas. Não na lágrima que logo caiu mas nos cacos que cobriam o chão.
− Engraçado são canhotas, - pensou.
E riram.
Riram por algum tempo depois. Era diferente brincar com tantas amigas. Agora podia escolher. Um dia escolheu uma e logo se cansou. No dia seguinte preferiu outra, e esqueceu-se dela logo em seguida. Depois outra e outra, até achar que todas eram poucas. Então pegou uma, jogou contra a parede e fez duas. Cansou das duas, pisou com o sapato e fez quatro. Não achou mais graça nas quatro, quebrou com o martelo e fez oito. Irritou-se com as oito, partiu com uma pedra e fez doze.
Mas duas, oito menores do que uma, quatro menores do que duas, oito menores do que quatro, doze menores do que oito.
Menores cada vez menores.
Tão menores que não cabiam em si, pedaços de amigas com as quais não se podia brincar. Um olho, um sorriso, um pedaço de si. Depois, nem isso, pó brilhante de amigas espalhado pelo chão.
Sozinha outra vez a filha do rei.
 Chorava, nem sei.
Não queria saber das bonecas, não queria saber dos brinquedos.
Saiu do palácio e foi correr no jardim para cansar a tristeza.
Correu, correu, e a tristeza continuava com ela. Correu pelo bosque, correu pelo prado. Parou à beira do lago.
No reflexo da água a amiga esperava por ela.
Mas a princesa não queria mais uma única amiga, queria tantas, queria todas, aquelas que tinha tido e as novas que encontraria. Soprou na água. A amiga encrespou-se, mas continuou sendo uma.
Então a linda filha do rei atirou-se na água de braços abertos, estilhaçando o espelho em tantos cacos, tantas amigas que foram afundando com ela, sumindo nas pequenas ondas com que o lago arrumava sua superfície.
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Agora, assista esse trailer do filme: “Alice através do espelho”, da Disney Channel e responda as questões a seguir em relação ao conto e o trailer.
Elabore respostas completas para as questões a seguir:
1.    Você consegue identificar o gênero narrativo do texto lido?
(   ) Crônica  ( x ) Conto  (   ) Romance  (   ) Poema

2.    Como você chegou nesta conclusão, na sua resposta, na pergunta anterior? Apresente características da estrutura desse gênero textual, contidas no texto.
R. Narrador, personagens, ponto de vista e enredo e é uma narrativa curta, com um clímax.

3.    Quem é a filha do rei? Como o narrador nos apresenta essa menina?
R. A filha do rei é uma menina solitária, com nenhum amigo, que ao descobrir a possibilidade de tê-los, mesmo que fosse em sua imaginação, encontrou um lugar no mundo.

4.    Em sua opinião, por que ela não tinha amigos (as)?
R. Resposta pessoal.

5.    O rei nos é apresentado como um pai bondoso, que até mandou fazer um espelho para sua filha não sentir-se mais sozinha. Mas, por que, em relação ao texto lido, seu pai a protegia tanto? Existe uma história oculta nesta relação? Identifique-a.
R. Sim, existe. Pelo fato de sua filha ser “A filha do rei”, é provável, o texto nos dá essa linha de raciocínio, que ele a protegia ao extremo, em uma redoma, para evitar uma aproximação do povo plebeu com a família real.

6.    A filha do rei acabou criando “amigas” com seu próprio reflexo no espelho, seu superego. Você já teve ou criou amigos imaginários? Como foi essa experiência?
R. Resposta pessoal.

7.    Escreva um pequeno texto, no qual a filha do rei conheça um (uma) amigo (a) além do seu reflexo no espelho, mudando o final fatídico do conto e criando um novo final para ele, sem perder a ideia principal que o narrador nos apresenta.
R. Texto pessoal.

8.    Por que Alice voltou para o País das Maravilhas?
R. Para ajudar seu amigo Chapeleiro que estava morrendo.

9.    Conseguimos fazer uma relação do trailer e da personagem Alice, de Lewis Carrol, com a filha do rei? Por quê?
R. Sim. Porque, além do espelho que faz presente nas duas artes, as duas personagens conheceram mundos diferentes, dentro de si.

10.  Assim como para Alice, o espelho foi um portal para o mundo mágico que ela conhecia, o espelho também foi uma fuga para a filha do rei? Justifique sua resposta através de trechos do conto.
R. Resposta pessoal.

11. “Então a linda filha do rei atirou-se na água de braços abertos, estilhaçando o espelho em tantos cacos, tantas amigas que foram afundando com ela, sumindo nas pequenas ondas com que o lago arrumava sua superfície.” Que ideia esse trecho nos denota?
R. Nos dá uma ideia de morte.

12. Entre no espelho! Escreva um conto, no qual você atravessa um espelho e conhece um novo mundo.
R. Texto pessoal.












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