Leituras literárias: escritas e diálogos intermidiáticos

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Trabalhando o texto argumentativo II - Adriana, Carmem e Nicole

Professoras: Adriana Kirsch Schilling, Carmem Adriana Fillmann e Nicole Carina Siebel

Nome: ________________________________________ Turma: ___________________


AS TATUAGENS – J.J. Camargo

A tentativa de mudar o aspecto original é milenar, seja por modismo ou inconformidade com a própria figura. E isso desde tempos remotos, quando gerações primitivas praticavam verdadeiras automutilações para lograrem uma imagem que era tão mais festejada quanto mais bizarra e chocante.
A moda da tatuagem atingiu na atualidade tons de obrigatoriedade, como se o não tatuado fosse um ser inferior, sem noção da importância de fazer parte dessa tribo de gosto, no mínimo, duvidoso.
Algumas mulheres, lindas e solenes como devem ser as lindas, batem o ponto com uma florzinha discreta na nuca, só visível quando, cheias de charme, enrolam os cabelos sob a aparente alegação, sempre falsa, de calor no pescoço.
Outras implantam um coraçãozinho colorido na virilha, onde só será visto por quem tenha tanta intimidade que ajude a remover o biquíni.
Até aqui, é pelo menos tolerável. Mais do que isso: é discutível. A propósito, qualquer tatuagem no dorso do pé parece sujeira.
Logo depois desfilam os ingênuos e os imprudentes, que tatuam declarações definitivas ao amor, esse sentimento marcado pela efemeridade. Como manter o entusiasmo sexual do Raul se logo acima do cóccix há uma jura de amor pelo Duda?
E a fé precisa ser assumida com frases nas costas? Desculpe, mas aquela espalda maravilhosamente linda que estava no elevador não merecia o “E livrai-nos de todo o mal. Amém!” Essa devoção estaria bem guardada em algum escaninho secreto da alma.
Claro que todos têm o inviolável direito de dar o destino que lhes agradar a sua própria aparência. Até os que praticam a aberração de tatuar o corpo inteiro, que dá aquele aspecto grotesco e repulsivo, e que desafiam os psiquiatras de plantão a tratar uma falência tão absoluta da autoestima. Não saberia como ajudá-los, e, assim, me limito a assistir, sem compreender.
O que é certo é que todo o tatuado ignora uma verdade absoluta e irrevogável: ele vai envelhecer!
Pensei nisso observando na fila de um banco. Um velho hippie que provavelmente na flor da juventude, lá pelos anos 70, tatuou um jaguar nas costas e uma declaração de amor no peito. Triste ver o bichano acocorado pelo enrugamento da pele. E quando ele se virou, me dei conta que a sua musa vai ter que se contentar com uma mensagem cifrada. Várias letras sumiram nas pregas da velhice. Tomara que a amada ainda seja a mesma – e que tenha boa memória.

FONTE: http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/vida-e-estilo/noticia/2012/03/artigo-as-tatuagens-por-j-j-camargo-3691010.html. Acesso em 21/04/2014.


O RESCALDO DA TATUAGEM- J.J. Camargo

Uma crônica, sobre tatuagens, que escrevi no caderno Vida, provocou enorme repercussão na mídia e nas redes sociais e mostrou o quanto esse é um tema controverso. A intenção não era, nem nunca foi, ofender a quem se tatua, e peço desculpas a quem, por absoluta falta de senso de humor, sentiu-se ofendido.
Aliás, é impressionante o quanto as pessoas sem senso de humor assumem comportamentos fundamentalistas quando se sentem contrariadas. Dos protestos ficou muito claro o quanto os tatuados são felizes. Só uma felicidade extrema com sua própria imagem justificaria uma resposta tão intensa.
Houve também quem se revoltasse contra minha afirmação de que os adolescentes são pressionados a se tatuar, e, no final, dissesse que me considera um jurássico por ser contra as tatuagens em pleno século 21.
No meio do protesto, fiquei com vontade de abraçar uma senhora que, depois de me chamar de preconceituoso e antiquado, contou uma linda história de vida sofrida, em que cada episódio vitorioso foi registrado com uma tatuagem. A ela meu pedido de perdão mais sincero.
Como escrevi na coluna, nunca pretendi criticar que alguém faça as modificações que lhe aprouver ao seu próprio corpo até porque ele é quem vai conviver com elas para sempre. Portanto, das ponderações a seguir, estão excluídos os tatuados antigos convictos, enrugados ou não. E com um pedido formal de desculpas.
A crônica tinha a pretensão, que agora percebo ingênua, de abordar de maneira bem humorada um tema muito sério, que talvez pela sutileza, não foi adequadamente compreendido. Por isso, vamos aos fatos.
Os jovens, especialmente os adolescentes, incitados ao modismo, precisam ter consciência de uma verdade fundamental: o acesso à tatuagem é uma via sem direito a desistência. Por isso um conselho para evitar que, no futuro, te surpreendas dizendo: "Meu Deus, onde eu estava com a cabeça".
Se a declaração de amor parecer intransferível, tatue apenas o nome e em letras pequenas. Isso facilitará a remoção cirúrgica da legenda, se a expectativa de eternidade não se confirmar. E restará como lembrança do amor, que não passou de um susto, uma cicatriz que poderá ser discreta, se não tiveres tendência a queloide.
Os cirurgiões plásticos recebem inúmeros pacientes com tatuagens do tamanho do arrependimento e usam modernamente uma arma importante — a ressecção a laser. Numa tatuagem localizada, com quatro ou cinco sessões — a um custo médio de R$ 5 mil — poderás trocar tua tatuagem, desde que ela não inclua a cor verde, por uma cicatriz de queimadura. Pele normal, nunca mais.
Por isso, não permitas que um modismo te pressione a assumir condutas que deixem marcas irremovíveis, antes que assumas a maturidade. Enquanto ela não chega, procura evitar as cicatrizes da alma, que lá nós todos acabamos tatuados. Mas quem se importa?

FONTE: http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/vida-e-estilo/noticia/2012/03/artigo-o-rescaldo-das-tatuagens-por-j-j-camargo-3692120.html. Acesso em 21/04/2014.

Responda as questões abaixo:

1-      Qual é a visão que o autor do texto defende a respeito das tatuagens? 
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2-      Através de quais afirmações o autor coloca essa opinião? 
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3-      De acordo com o texto, o que as mulheres costumam fazer para mostrar suas tatuagens?
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4-      Qual a sua opinião sobre fazer uma tatuagem na adolescência? Explique.
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5-      Você acredita que a maioria das pessoas faz tatuagens porque realmente gostam ou apenas para “estarem na moda”? Por quê?
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6-      No texto é dito que “A moda da tatuagem atingiu na atualidade tons de obrigatoriedade”.  Você concorda com essa afirmação? Por quê?
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7-      Você concorda com as opiniões sobre tatuagens transcritas no texto? Por quê?
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8-      A crítica sobre ter tatuagens, geralmente, vem de pessoas mais velhas, pois possuem uma cultura diferente. Pessoas assim chegam a ser até preconceituosas. Você conhece pessoas assim? O que essas pessoas falam?
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9-      Por que o autor escreveu uma nova crônica sobre tatuagens?
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10-  Como são definidas as pessoas que se ofenderam com a colocação do autor sobre as tatuagens?
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11-  De acordo com o segundo texto, qual foi o motivo da revolta dos adolescentes contra a crônica de J.J. Camargo? Como ele foi chamado pelos “revoltados”?
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12-  Qual o conselho dado na crônica aos que quiserem fazer uma tatuagem como declaração de amor?
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Trabalhando o texto argumentativo - Nicole, Carmem e Adriana

PLANO DE AULA – 25/04/2014.

OBJETIVO
-Realizar uma produção textual para sondagem inicial.  

CONTEÚDOS
-Escrita de texto a respeito das relações humanas e das redes sociais.

TEMPO
2 períodos.

RECURSOS
-Textos que servirá de base para a produção textual.  
-Folhas para escrita.
-Vídeo para servir de base à produção textual.

PROCEDIMENTOS
-Exibição do vídeo de inspiração para a produção textual.
-Leitura do texto sobre redes sociais, que deverá servir como base para a produção do texto argumentativo.

-Tempo para a escrita do texto.


Professoras: Adriana Kirsch Schilling, Carmem Adriana Fillmann e Nicole Carina Siebel

As relações por meio das redes sociais

É curioso como as relações humanas se transformaram com a Internet, que tem moldado nosso comportamento a cada dia de forma surpreendente (talvez de forma até exagerada, em alguns casos).
Antigamente uma amizade era iniciada no mistério, depois de uma primeira aproximação/interação, onde as pessoas se conhecem e convivem por um curtíssimo período de tempo (seja uma festa, local de trabalho, academia etc.). Quando as interações passam a se repetir, a possibilidade de uma amizade começa a aumentar, a medida em que ambas as partes trocam informações, descobrem que moram no mesmo bairro, já foram a um mesmo show ou estiveram em uma mesma festa de um amigo em comum quando ainda não se conheciam.
Mais tempo se passa, e começam a compartilhar detalhes de sua vida, como um presente que ganharam, uma foto de uma viagem, aquele CD da banda preferida.
E por aí vai.
As amizades cumpriam com os degraus do conhecimento, você recebia informações gradativas daquela pessoa ao longo de sua convivência, e isso é um valor que o tempo possui que nada neste mundo pode comprar.
Mas pode dar de graça. Com o que? Com as redes sociais.
Ultimamente tenho reparado na quantidade de amizades que eu fiz sem sequer sair da frente do computador: seguidores no Twitter que interagem comigo, pessoas que curtem minhas fotos no Instagram e até mesmo aqueles psicopatas desconhecidos que querem me adicionar no Foursquare.
Atualmente, começamos a conhecer as pessoas por meio das redes sociais: você pode, sim, conhecer alguém nas mesmas ocasiões que eu citei acima, porém quando você puxa seu inseparável celular ou chega em sua casa e coloca o computador no colo, já começa a ver que as fotos da festa estão no Facebook, você encontra as pessoas que conheceu, entra no perfil, vê as fotos, o que a pessoa curtiu, se ela tem conta no Twitter ou Instagram, se ela tem Foursquare etc.
Em todos os canais recebemos o feed por segundo do que está acontecendo: pessoa curtiu foto, comentou uma publicação, ouviu música, viu um site, leu uma notícia, está em um café perto do trabalho, ganhou pontos no Angry Birds, está pedindo uma ovelha para a Fazendinha (sério, ainda isso?) etc.
Tenho receio deste comportamento, mas maior que receio eu tenho curiosidade sobre o comportamento humano: mesmo com este costume atual (de vivermos conectados e buscando/recebendo informações), ainda não falta assunto entre as pessoas – você pode ter visto todo o álbum do Instagram, as publicações no Facebook e as reclamações no Twitter, mas ao encontrar a pessoa você ouvirá muito mais detalhe sobre as experiências que ela compartilhou publicamente na Internet.
As redes sociais conectam, mas são as pessoas, unicamente, que possuem o poder de contar histórias e cativar a cada um.
Do que são feitas as amizades?

            Texto retirado do site: http://www.cafecomblogueiros.com.br/midia-social/as-relacoes-por-meio-das-redes-sociais/. Acesso em: 15/04/2014.


Neologismos - Natan e Andreia

PLANO DAS AULAS 1 E 2
Data: 29/10/2014 e 05/11/2014 - quartas-feiras.
Série: 5º série/6º ano.
Carga horária: Quatro períodos.
Assunto: Gênero textual poema: leitura e interpretação textual; variedades linguísticas: linguagem informal, neologismos.

Descrição das atividades propostas
ü  Será mostrado o “Poeminha do contra”, de Mário Quintana, “Neologismos”, de Manuel Bandeira entre outros para que façam a leitura e descubram os Neologismos neles contidos.  Participarão de um jogo envolvendo prefixos, radicais e sufixos a fim de criarem novas palavras.

Poeminha do Contra, de Mário Quintana

Todos estes que aí estão
Atravancando o meu caminho,
Eles passarão.
Eu passarinho!


Neologismo, de Manuel Bandeira

Beijo pouco, falo menos ainda.
Mas invento palavras
que traduzem a ternura mais funda
E mais cotidiana.
inventei, por exemplo, o verbo teadorar.
Intransitivo
Teadoro, Teodora.



Retrato quase apagado em que se pode ver perfeitamente nada, de Manuel de Barros

I
Não tenho bens de acontecimentos.
O que não sei fazer desconto nas palavras.
Entesouro frases. Por exemplo:
- Imagens são palavras que nos faltaram.
- Poesia é a ocupação da palavra pela Imagem.
- Poesia é a ocupação da imagem pelo Ser.
Ai frases de pensar!
Pensar é uma pedreira. Estou sendo.
Me acho em petição de lata (frase encontrada no lixo).
Concluindo: há pessoas que se compõem de atos, ruídos, retratos.
Outras de palavras.
Poetas e tontos se compõem com palavras.




V

Escrever nem uma coisa Nem outra -
A fim de dizer todas
Ou, pelo menos, nenhumas.
Assim,
Ao poeta faz bem
Desexplicar -
Tanto quanto escurecer acende os vaga-lumes.



CRUZADINHA


8


10




11

1-
M
O
N
A
R
Q
U
I
A


I


N


2-
G
E
O
G
R
A
F
I
A

C


T




R




12

13

R
3-
C
R
O
N
O
L
O
G
I
A

N

Z

O


O




V




E

O

B


P


4-
H
I
P
Ó
D
R
O
M
O

I


Ó




A




L

L

O


F









O

O



5-
A
G
R
O
N
O
M
I
A

G

G



G









I

I
6-
F
I
L
O
S
O
F
I
A


9

S

A












B

M






7-
P
S
E
U
D
Ô
N
I
M
O














O
















L
















O
















G
















I
















A












Preencha a cruzadinha com palavras formadas por radicais gregos:

1.    Um só + governo = regime de governo de uma pessoa só.
2.    Terra + escrever = ciência que descreve a terra.
3.    Tempo + estudo = estudo da ordem dos tempos e das datas históricas.
4.    Cavalo + corrida = pista para corrida de cavalos.
5.    Campo + lei = ciência que estuda os princípios e métodos agrícolas.
6.    Amigo + sabedoria = ciência que investiga as últimas causas de tudo que existe.
7.    Falso + Nome = nome falso.
8.    Pequeno + vida = animal de vida microscópica.
9.    Vida + estudo = ciência que estuda os seres vivos.
10. Homem + comer = aquele que se alimenta de carne humana.
11. Ar + caminho = rota seguida pelos aviões.
12. Novo + estudo = palavra recém introduzida na língua.
13. Animal + estudo = estudo dos animais.

Radicais gregos
1° elemento
Aero
ar
Aeronave
Agro
Campo
Agronomia
Antropo
homem
Antropologia
Bio
Vida
Biografia
Crono
Tempo
Cronômetro
Demo
Povo
Democracia
Filo
Amigo
Filologia
Geo
Terra
Geologia
Hipo
Cavalo
Hipódromo
Micro
Pequeno
Micróbio
Mono
Um só
Monótono
Neo
Novo
Neolatino
Pseudo
Falso
Pseudoesfera
Zoo
Animal
zoologia
2° elemento
Arquia
Comando, governo
Monarquia
Cracia
Poder
Democracia
Dromo
Corrida
Autódromo
Fagia
Ato de comer
Aerofagia
Fago
Que come
Antropófago
Fobia
Medo
Hidrofobia
Fobo
Inimigo, que odeia
Xenófobo
Grafia
Escrita, descrição
Ortografia
Grafo
Que escreve
Polígrafo
Logia
Ciência, estudo
Filologia
Nomia
Lei, regra
Agronomia
Ónoma
Nome
Pseudônimo
Via
Caminho
Rodovia
Sofia
Sabedoria
Filosofia