Leituras literárias: escritas e diálogos intermidiáticos

sábado, 25 de novembro de 2017

Crônica - Plano de aula - 1° ano do Ensino Médio - Colégio Theóphilo Sauer - Acadêmicos Alessandra Ribeiro de Oliveira, Andressa Fernanda Oliveira Strutzki e Vicente Orsi Vargas

Data da aula: 22/11/2017
Duração: duas horas-aula.
Ano: 1º ano do ensino médio.

Objetivo: Reconhecer as propriedades do conteúdo sobre o gênero crônica através do jogo autódromo e aprimorar o hábito de leitura através da interpretação de texto: Eu Sei, Mas Não Devia Marina Colasanti. 
 
Duração: 2 períodos

1º momento:
Os professores organizarão a turma em duplas para seguinte atividade:

Autódromo
As duplas ganharão uma tabela com vinte afirmações para marcarem V ou F:
Perguntas do jogo:

Marque V (Verdadeiro) ou F (Falso) baseado na teoria do gênero Crônica:  

1)  (   ) Texto longo e de linguagem complexa, com muitos personagens.  
2)  (   ) Texto curto e de linguagem simples, o que o torna ainda mais próximo de todo tipo de leitor e de praticamente todas as faixas etárias.
3)  (   ) A sátira, a ironia, o uso da linguagem coloquial demonstrada na fala das personagens, a exposição dos sentimentos e a reflexão sobre o que se passa estão presentes nas crônicas.
4)  (   ) A crônica é um texto sério que não usa ironias, nem comédia, pois é normalmente publicada em jornais.  
5)  (   ) A crônica é um gênero híbrido que oscila entre a literatura e o jornalismo, resultado da visão pessoal, particular, subjetiva do cronista ante um fato qualquer, colhido no noticiário do jornal ou no cotidiano.
6)  (   ) Crônicas, frequentemente, descrevem fatos da vida cotidiana.
7)  (   ) No crônica, as ações transcorrem num tempo maior: dias, meses, até anos, o que não se dá na crônica, que procura captar um lance curioso, um momento interessante, triste ou alegre.  
8)  (   ) A palavra crônica possui origem grega, derivada de “chronos” (tempo) e, por essa razão, uma de suas maiores características é o caráter contemporâneo, sendo muito relacionada com a ideia de tempo e relatando os fatos cotidianos de seu registro numa linguagem conotativa e literária.
9)  (   ) A palavra crônica é de origem latina e significa conto. 
10) (   ) A crônica é uma narração curta, feita especialmente para a veiculação na imprensa, em jornais ou revistas – primordialmente em jornais.
11) (   ) É um texto subjetivo, pois apresenta a perspectiva do seu autor, o tom do discurso varia entre o ligeiro e o polêmico, podendo ser irônico ou humorístico.
12) (   ) O narrador-observador conta a história do lado de fora, na 3ª pessoa, sem participar das ações. Ele conhece todos os fatos e, por não participar deles, narra com certa neutralidade, apresenta os fatos e os personagens com imparcialidade. Não tem conhecimento íntimo dos personagens nem das ações vivenciadas.
13) (   ) O narrador-onisciente conta a história em 3ª pessoa e, às vezes, permite certas intromissões narrando em 1ª pessoa. Ele conhece tudo sobre os personagens e sobre o enredo, sabe o que passa no íntimo das personagens, conhece suas emoções e pensamentos. 
14) (   ) O narrador-personagem conta na 1ª pessoa a história da qual participa também como personagem.
15) (   ) A narração não é um tipo de texto que conta sequência de fatos.    
16) (   ) O texto narrativo baseia-se na ação que envolve os personagens, tempo, espaço e conflito.  
17) (   ) Na narrativa, o narrador é responsável por contar a história, criando um texto que flui no imaginário do leitor com a composição de tramas e a elaboração de personagens.  
18) (   ) O texto narrativo apresenta uma certa estrutura, composta pela apresentação, complicação, clímax e desfecho.  
19) (   ) O texto narrativo é aquele que conta somente fatos reais. 
20) (   ) Os elementos que compõe a narrativa são o foco narrativo (1° e 3° pessoa), as personagens (protagonista, antagonista e coadjuvante), narrador (narrador-personagem, narrador-observador), tempo (cronológico e psicológico) e espaço.  

As afirmações serão ditadas pelos professores (sobre o assunto até então estudado - gênero crônica), e os alunos irão marcar em seu cartão de respostas a verdadeiro ou falso.

2º momento: já respondidas as questões, as duplas trocarão seu cartão de respostas com a dupla ao lado, para realizarmos a correção todos juntos. 

3º momento: os cartões respostas serão devolvidos, para que os alunos possam verificar suas respostas.

4º momento:  leitura da seguinte crônica:

Eu sei, mas não devia  - Marina Colasanti

Eu sei que a gente se acostuma... Mas não devia, A gente se acostuma a morar em apartamento de fundos. E não ter outra vista que não as janelas ao redor. E, porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E porque não olha para fora logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E à medida que se acostuma, esquece o sol, o ar e a amplidão. A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora. A tomar o café correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder tempo de viagem... A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia... A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir ao telefone: "Hoje não posso ir". A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava ser visto... A gente se acostuma à poluição: às salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro; à luz artificial de ligeiro tremor; ao choque que os olhos levam na luz natural; às bactérias da água potável; à contaminação da água do mar; à lenta morte dos rios. Se acostuma a não ouvir os passarinhos; a não ter galo de madrugada; a temer a hidrofobia, os cães; a não colher fruto no pé; a não ter sequer uma planta. A gente se acostuma a pagar por tudo o que deve e de que necessita. A lutar por ganhar o dinheiro com que paga e pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagará mais. E a procurar mais trabalho para ganhar mais dinheiro para ter com que pagar nas filas em que se cobra. A gente se acostuma... A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos. A gente se acostuma a coisas demais para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. A gente se acostuma para poupar a vida, que aos poucos se gasta e que se gasta de tanto acostumar, se perde de si mesma...

6º momento: Atividades de interpretação do texto:

1) Qual tipo de narrador encontrado no texto?
2) A crônica apresenta uma questão relacionada ao cotidiano do homem urbano na atualidade. Que situações, acontecimentos e atitudes apontados no texto, no seu entender, a maioria das pessoas se habitua a ver sem refletir sobre elas?
3) Em sua opinião, por quer a maioria das pessoas acostuma-se a agir assim?
4) Com o que você já se acostumou? Como você poderia mudar esse costume?
5) No quinto parágrafo, faz-se referência a comportamentos que fazem parte da rotina das pessoas. Que fatores justificam esses comportamentos, segundo ela?

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