Leituras literárias: escritas e diálogos intermidiáticos

segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Professores: Cátia Weber e Gilmar Matias
Nome: .............................................................................
Data: 12 de setembro de 2017- Terça-feira.
Turma: 1º ano do Ensino Médio                 Carga horária: 2 períodos
Tema: Sentimentos

 

OBJETIVO:
Apresentar a crônica As velas da minha coragem, de Fabrício Carpinejar, a fim de que os alunos façam uma reflexão sobre os sentimentos medo, preconceitos, rejeição e promover através das atividades de interpretação textual um melhor entendimento sobre a classe gramatical adjetivos.

Conteúdo: Leitura e Interpretação textual.
MOTIVAÇÃO E PRÉ-LEITURA:
- Ao começar a aula os professores irão realizar uma dinâmica com a turma, onde cada aluno terá que escrever qualidades sobre determinado colega de classe, sem falar quem é. Após isso, cada aluno irá ler as qualidades que atribuiu ao determinado colega e os demais alunos terão que adivinhar de quem se trata.
- Em seguida, conversar com os alunos perguntando o que eles acham dos sentimentos medo, coragem, através de alguns questionamentos.
a)                 Você tem medo de alguma coisa?
b)                 Qual é seu maior medo?
c)                 Você se considera uma pessoa corajosa?
d)                 O nome da crônica que vamos trabalhar hoje é: As velas da minha coragem. Qual associação você consegue fazer através desse título?

LEITURA-DESCOBERTA:


   As velas da minha coragem
                                        Fabrício Carpinejar
Sou amigo dos meus medos. Sei que o medo é apenas o começo da valentia.
Puxo conversa com os meus medos. Vejo o que tem dentro deles, o que eles pensam, não deixo irem embora sem uma xícara de café. Medo não é ruim, é um alerta do que é importante para nós.
Sofri muito medo na vida: de não ser aceito, de não ser amado, de simplesmente não ser. Mas fiz terapia com os meus medos, porque eles são portas para resolver e acalmar rejeições antigas.
Não tive facilidades, mesmo sendo branco, de família com recursos, heterossexual. O medo não tem cor, não tem gênero, não tem forma. O medo é democrático e se estende a todos.
Sofria por ser diferente. Diferente significa esquisito. Fala presa, feio e com raciocínio fora da ordem normal da rotina.
Na escola, era visto como um desvio. Um erro que precisava ser eliminado. Um monstro de circo para se rir e pagar ingresso.
Afinal, a turma não sabia o que fazer comigo. Eu não me mostrava parecido com ninguém. Sofria zoeira, gozação, humilhações. E voltava para casa de mãos dadas com meus medos.
Sofria corredor polonês, os colegas baixavam a minha calça de abrigo na frente das meninas, ameaçavam me jogar pela janela do refeitório, me esperavam na saída para me bater em grupo.
Toda vez que eu apanhava por não obedecer aos padrões, apanhava por apanhar, apanhava não entendendo de onde vinha tamanha violência e ódio por mim, já que não tinha feito nada a não ser nascer e querer estudar, simplesmente não chorava porque contava com a escolta do irmão Rodrigo, o mais velho dos guris, o pai suplente quando o pai se separou da mãe.
Eu chegava em casa machucado. Ele me recebia em silêncio cicatrizante, me botava na cadeira alta da cozinha e se ajoelhava diante de mim em máxima humildade. Tirava as minhas botas ortopédicas, as meias, limpava as feridas com água oxigenada e passava mercúrio nos joelhos esfolados. Pintava a linha pontilhada dos meus machucados, como um desenho preenchido pela caixinha Faber Castell 48 cores.
Em seguida, soprava as feridas para não arder.
Lembro que ele me dizia:
- Estou soprando as velas de aniversário de sua coragem!
Ele não me defendia unicamente das agressões, ele me defendia dos meus próprios medos.
Jornal Zero Hora em 15/08/17, p.6


Elabore respostas completas às questões que seguem:
1.      O autor atribuiu-se muitas qualidades e também defeitos no decorrer da crônica. Qual é o nome dessa classe gramatical, que atribui qualidades ao ser? Assinale:
(   ) Advérbio.   (   ) Substantivo.   ( x ) Adjetivo.    (   ) Pronome.

2. Retire da crônica algumas dessas qualidades e defeitos.
                        Valentia, aceito, amado, esquisito, feio, etc.
3.      Você acredita que impor medo no próximo o fará uma pessoa melhor?
Resposta pessoal.

4.      Você já sofreu algum tipo de preconceito ou medo? Como foi sua reação? Que lição você pode ensinar através dessa situação?
Resposta pessoal.

5.      Explique o sentido do trecho: ”Sou amigo dos meus medos. Sei que o medo é apenas o começo da valentia.”
Que aquilo que nos trás medo pode nos fortalecer e nos fazer corajosos, impulsionar para um ato de coragem.

6.      O trecho: “Afinal, a turma não sabia o que fazer comigo. Eu não me mostrava parecido com ninguém”, nos dá a ideia de que para ser aceito nas comunidades ou tribos atuais, devemos ter uma outra personalidade perante as pessoas e sociedade. Você acha isso válido? Mudaria sua personalidade para fazer parte de um grupo de amigos? Justifique.

PÓS-LEITURA:
Agora é você o autor da história! Escreva, no caderno, uma crônica (A crônica é uma forma textual no estilo de narração que tem por base fatos que acontecem em nosso cotidiano), com no mínimo 12 linhas, fazendo comentários sobre o sentimento medo, o que ele pode causar nas pessoas, como pode ser evitado, o que podemos fazer para não sentir medo, etc. Boa escrita.
REFERÊNCIAS:
- Jornal Zero Hora em 15/08/17, p.6
- http://brasilescola.uol.com.br/redacao/cronica.htm


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