Leituras literárias: escritas e diálogos intermidiáticos

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

PLANO DE AULA Nº 02
Escola: Colégio Estadual João Mosmann
Professores/ bolsistas: Ana Lúcia F. Carvalho, Dieila dos Santos e Lilian K. Amaral.
Data: 22/04/15           Carga horária: 2 horas/aula
Turma: 201                           Professora/ supervisora: Viviana Kunst

Assunto: Leitura de texto, debate oral e produção textual.
Conteúdo: Debate oral da crônica “Dos ficantes aos namoridos”, de Martha Medeiros.
Objetivos:
ü  Apresentar slides com todas as etapas da nossa vida, com o tema “Ficar ou namorar?”, por meio do Data Show, a fim de que os motive ao falar do assunto.
ü  Escutar da música Amor Pra Recomeçar < https://www.youtube.com/watch?v=uVbq3fjXKew&list=RDuVbq3fjXKew>, retirado do Youtube, dirigido por Camila Angelina Paulina da Silva, de maneira que se sintam bem e à vontade para expor as suas ideias e opiniões.
ü  Ler o texto “Dos ficantes aos namoridos”, de Martha Medeiros, silenciosamente e depois em conjunto, no Data Show, para que incentive à leitura literária.
ü  Dialogar e debater sobre a crônica e o assunto em questão, tendo como elementos chaves algumas questões norteadoras, apresentadas no Data Show¸ com o intuito de despertar a criticidade.
ü  Produzir um cartaz em duplas, utilizando folha de ofício e canetas coloridas, com as suas principais ideias sobre o ato de ficar, namorar e casar/juntar, a fim de que se sintam com liberdade de escrever e/ou desenhar o que pensam.



Metodologia:
Atividade nº1: As professoras apresentarão, no Data Show, alguns slides mostrando todas as etapas de nossas vidas, e, no final, falando sobre o ato de ficar, namorar, casar/juntar, e, ao mesmo tempo, dialogando com os alunos.
Atividades nº 2: Após o diálogo com os alunos, as professoras colocarão, no Data Show, a música Amor Pra Recomeçar, para escutar e assistir as imagens do vídeo, no site youtube.com.
Atividade 3: A turma lerá o texto “Dos ficantes aos namoridos”, de Martha Medeiros, primeiro, silenciosamente, depois, em conjunto, por meio do Data Show.
Dos ficantes aos namoridos –

Se você é deste século, já sabe que há duas tribos que definem o que é um relacionamento moderno.
Uma é a tribo dos ficantes. O ficante é o cara que te namora por duas horas numa festa, se não tiver se inscrito no campeonato “Quem pega mais numa única noite”, quando então ele será seu ficante por bem menos tempo — dois minutos — e irá à procura de outra para bater o próprio recorde. É natural que garotos e garotas queiram conhecer pessoas, ter uma história, um romance, uma ficada, duas ficadas, três ficadas, quatro ficadas... Esquece, não acho natural coisa nenhuma. Considero um desperdício de energia.
Pegar sete caras. Pegar nove “mina”. A gente está falando de quê, de catadores de lixo? Pegar, pega-se uma caneta, um táxi, uma gripe. Não pessoas. Pegue-e-leve, pegue-e-largue, pegueeuse, pegue-e-chute, pegue-e-conte-para-os-amigos.
Pegar, cá pra nós, é um verbo meio cafajeste. Em vez de pegar, poderíamos adotar algum outro verbo menos frio. Porque, quando duas bocas se unem, nada é assim tão frio, na maioria das vezes esse “não estou nem aí” é jogo de cena. Vão todos para a balada fingindo que deixaram o coração em casa, mas deixaram nada. Deixaram a personalidade em casa, isso sim.
No entanto, quem pode contra o avanço (???) dos costumes e contra a vulgarização do vocabulário? Falando nisso, a segunda tribo a que me referia é a dos namoridos, a palavra mais medonha que já inventaram. Trata-se de um homem híbrido, transgênico.
Em tese, ele vale mais do que um namorado e menos que um marido. Assim que a relação começa, juntam-se os trapos e parte-se para um casamento informal, sem papel passado, sem compromisso de estabilidade, sem planos de uma velhice compartilhada — namoridos não foram escolhidos para serem parceiros de artrite, reumatismo e pressão alta, era só o que faltava.
Pois então. A idéia é boa e prática. Só que o índice de príncipes e princesas virando sapo é alta, não se evita o tédio conjugal (comum a qualquer tipo de acasalamento sob o mesmo teto) e pula-se uma etapa quentíssima, a melhor que há.
Trata-se do namoro, alguns já ouviram falar. É quando cada um mora na sua casa e tem rotinas distintas e poucos horários para se encontrar, e esse pouco ganha a importância de uma celebração.
Namoro é quando não se tem certeza absoluta de nada, a cada dia um segredo é revelado, brotam informações novas de onde menos se espera. De manhã, um silêncio inquietante. À tarde, um mal-entendido. À noite, um torpedo reconciliador e uma declaração de amor.
Namoro é teste, é amostra, é ensaio, e por isso a dedicação é intensa, a sedução é ininterrupta, os minutos são contados, os meses são comemorados, a vontade de surpreender não cessa — e é a única relação que dá o devido espaço para a saudade, que é fermento e afrodisíaco. Depois de passar os dias se vendo só de vez em quando, viajar para um fim de semana juntos vira o céu na Terra: nunca uma sexta-feira nasce tão aguardada, nunca uma segunda-feira é enfrentada com tanta leveza.
Namoro é como o disco “Sgt. Peppers”, dos Beatles: parece antigo e, no entanto, não há nada mais novo e revolucionário. O poeta Carlos Drummond de Andrade também é de outro tempo e é para sempre. É ele quem encerra esta crônica, dando-nos uma ordem para a vida: “Cumpra sua obrigação de namorar, sob pena de viver apenas na aparência. De ser o seu cadáver itinerante".
Martha Medeiros       
Fonte: Retirado do site < http://pensador.uol.com.br/frase/NTc3NTM/>. Acesso em: 24 nov. 2015.

Atividade 4: As professoras iniciarão um debate sobre o assunto em questão, apresentando algumas imagens e questões norteadoras, e também, comparando o posicionamento da autora e dos alunos.
Atividade 5: Para finalizar a aula, os alunos se organizarão, em duplas, para produzirem um cartaz, utilizando folha de ofício e canetas coloridas, e escreverão sob forma de frases, poema, desenho, charge, entre outros, o seu posicionamento a cerca das relações debatidas no decorrer da aula.
Recursos:
- Sala de PDE;
- lápis, borracha e caneta;
- folha de ofício;
- canetas coloridas.
Avaliação:

Será satisfatório se os alunos participarem ativamente da leitura do texto, do debate oral e da produção textual.  Cada aluno será avaliado individualmente, através do empenho e dinamismo na discussão oral. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário