Leituras literárias: escritas e diálogos intermidiáticos

quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Escola Estadual de Ensino Médio Felipe Marx
Nomes: Anderson B. Araújo e Carla Vanusa
Turma: T7A
Supervisora: Lisandra
PLANO DE AULA
OBJETIVOS GERAIS
-  Reconhecer características específicas das cantigas trovadorescas por meio de atividades dirigidas a fim de desenvolver a criatividade, a escrita e a expressão de ideias.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
- Compreender a estrutura do gênero textual das cantigas trovadorescas a fim de reconhecer características específicas do gênero como versos, rimas e estrofes;
- Produzir uma cantiga própria.

METODOLOGIA
Explicar de forma breve a estrutura das cantigas trovadorescas, e em seguida, por meio de um roteiro pré-estabelecido que deverá conter a quantidade de versos e estrofes, solicitar a produção de uma cantiga própria.

CRONOGRAMA
Uma aula de 35 min.

RECURSOS
Material com a estrutura das cantigas e o roteiro para produção textual.


Caraterísticas das cantigas:
Cantigas de amor:
- Eu lírico masculino.
- Amor platônico.
- Vassalagem amorosa: dama inatingível, casada ou de classe superior à do eu lírico.
- Coita amorosa: intenso sofrimento amoroso.
- Linguagem elaborada.
-Nem sempre com refrão.

Cantigas de amigo:
- Eu lírico feminino.
- Diálogo: moça fala com outras pessoas ou com elementos da natureza.
- Simplicidade nas palavras.
- Vocabulário repetitivo e restrito.
- Presença de refrão.
- Busca pelo “amigo” que está longe.

Cantigas de escárnio:
- Crítica indireta e com duplos sentidos.
- Uso de jogos semânticos.



Transforma-se o amador na cousa amada
Luís de Camões


Transforma-se o amador na cousa amada,
por virtude do muito imaginar;
não tenho logo mais que desejar,
pois em mim tenho a parte desejada.
Se nela está minha alma transformada,
que mais deseja o corpo de alcançar?
Em si somente pode descansar,
pois consigo tal alma está liada.
Mas esta linda e pura semidéia,
que, como o acidente em seu sujeito,
assim co’a alma minha se conforma,
está no pensamento como idéia;
[e] o vivo e puro amor de que sou feito,
como matéria simples busca a forma.


Ai Flores do Verde Pino


__ Ai flores, ai flores do verde pino, 
se sabedes novas do meu amigo! 
    Ai Deus, e u é? 

__ Ai flores, ai flores do verde ramo, 
se sabedes novas do meu amado! 
    Ai Deus, e u é? 

Se sabedes novas do meu amigo, 
aquel que mentiu do que pôs comigo! 
    Ai Deus, e u é? 

Se sabedes novas do meu amado, 
aquel que mentiu do qui mi á jurado! 
    Ai Deus, e u é? 

__ Vós me perguntardes polo voss'amigo, 
e eu bem vos digo que é san'vivo. 
    Ai Deus, e u é? 

Vós me perguntardes polo voss'amado, 
e eu bem vos digo que é viv'e sano. 
    Ai Deus, e u é? 

E eu bem vos digo que é san'vivo 
e seera vosc'ant'o prazo saído. 
    Ai Deus, e u é? 

E eu bem vos digo que é viv' e sano 
e seera vosc'ant'o prazo passado 
    Ai Deus, e u é?                                                                               D. Dinis, in 'Antologia Poética' 



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