Leituras literárias: escritas e diálogos intermidiáticos

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

PLANEJAMENTO - ELEMAR E JANAÍNA - COLÉGIO: THEÓPHILO SAUER

                                                                     

COLÉGIO MUNICIPAL DE ENSINO FUNDAMENTAL THEÓPHILO SAUER

Planejamento: Projeto a partir da cultura sul-rio-grandense, chamado “Museu do Gaúcho”.
1. Objetivos:Trabalhar a cultura, suas características, sua influência e sua riqueza.
2. Conteúdos: Contos gauchescos, a indumentária, a música gaúcha. Também será trabalhado com os símbolos sulinos, bem como a literatura, o regionalismo na linguagem, hábitos e costumes gaúchos.
3. Tempo: 2 períodos
4. Recursos: Material xerocado, áudio, vídeo, cartazes, materiais de arte (pintura), objetos que simbolizam a cultura gaúcha, livros, sites e fotos.
5. Procedimento:
 - Apresentação de música, conto gaúcho;
 - Apresentação dos costumes do gaúcho, seus símbolos e hábitos;
 -Apresentação da literatura e da linguagem do gaúcho;
 - Exposição de objetos com roda de chimarrão, no “Museu do Gaúcho”.
6. Avaliação:

Avaliação será dada a partir das produções e da participação do aluno.

Aluno: __________________________ Turma: 213 - Colégio Theóphilo Sauer
Professores: Janaína Cristine e Elemar Gomes
ETAPAS:
A.     LEITURA DO TEXTO:
B.   Planejamento: Projeto a partir da cultura sul-rio-grandense, chamado “Museu do Gaúcho”.
C.   Objetivos:  Trabalhar a cultura, suas características, sua influência e sua riqueza.
D.   Metodologia: Apresentar uma música gaúcha como pré-leitura;
E.   Apresentar aos alunos um material xerocado com o texto a seguir, para compreensão de um conto gaúcho;
F.    Como atividade de pós-leitura será criada pelos alunos uma produção textual.
G.    Agora, responda às questões de acordo com o texto.
O boi velho
Cuê-pucha!... é bicho mau, o homem!
Conte vancê as maldades que nós fazemos e diga se não é mesmo! Olhe, nunca me esqueço dum caso que vi e que me ficou cá na lembrança, e ficará té eu morrer... como unheiro em lombo de matungo de mulher.
Foi na estância dos Lagoões, duma gente Silva, uns Silvas mui políticos, sempre metidos em eleições e enredos de qualificações de votantes.
A estância era como aqui e o arroio como a umas dez quadras; lá era o banho da família. Fazia uma ponta, tinha um sarandizal e logo era uma volta forte, como uma meia-lua, onde as areias se amontoavam formando um baixo: o perau era do lado de lá. O mato aí parecia plantado de propósito: era quase que pura guabiroba e pitanga, araçá e guabiju; no tempo, o chão coalhava-se de fruta: era um regalo!
Já vê ... o banheiro não era longe, podia-se bem ir lá de a pé, mas a família ia sempre de carretão, puxado a bois, uma junta, mui mansos, governados de regeira por uma das senhoras-donas e tocados com uma rama por qualquer das crianças.
Eram dois pais da paciência, os dois bois. Um se chamava Dourado, era baio; o outro, Cabiúna, era preto, com a orelha do lado de laçar, branca, e uma risca na papada.
            Estavam tão mestres naquele piquete, que, quando a família, de manhãzita, depois da jacuba de leite, pegava a aprontar-se, que a criançada pulava para o terreiro ainda mastigando um naco de pão e as crioulas apareciam com as toalhas e por fim as senhoras-donas, quando se gritava pelo carretão, já os bois, havia muito tempo que estavam encostados no cabeçalho, remoendo muito sossegados, esperando que qualquer peão os ajoujasse. Assim correram os anos, sempre nesse mesmo serviço.
Quando entrava o inverno eles eram soltos para o campo, e ganhavam num rincão mui abrigado, que havia por detrás das casas. Às vezes, um que outro dia de sol mais quente, eles apareciam ali por perto, como indagando se havia calor bastante para a gente banhar-se. E mal que os miúdos davam com eles, saíam a correr e a gritar, numa algazarra de festa para os bichos.
- Olha o Douradol Olha o Cabiúnal Oôch! ... ôch! ...

E algum daqueles traquinas sempre desencovava uma espiga de milho, um pedaço de abóbora, que os bois tomavam, arreganhando a beiçola lustrosa de baba, e punham-se a mascar, mui pachorrentos, ali à vista da gurizada risonha.

Pois veja vancê ... Com o andar do tempo aquelas crianças se tornaram moças e homens feitos, foram-se casando e tendo família, e como quera, pode-se dizer que houve sempre senhoras-donas e gente miúda para os bois velhos levarem ao banho do arroio, no carretão.
Um dia, no fim do verão, o Dourado amanheceu morto, mui inchado e duro: tinha sido picado de cobra.
Ficou pois solito, o Cabiúna; como era mui companheiro do outro, ali por perto dele andou uns dias pastando, deitando-se, remoendo. Às vezes esticava a cabeça rara o morto e soltava um mugido... Cá pra mim o boi velho - uê! tinha caraca grossa nas aspas! - o boi velho berrava de saudades do companheiro e chamava-o, como no outro tempo, para pastarem juntos, para beberem juntos, para juntos puxarem o carretão, ...
Que vancê pensa! ... os animais se entendem... eles trocam língua! ...
Quando o Cabíúna se chegava mui perto do outro e farejava o cheiro ruim, os urubus abriam-se, num trotão, lambuzados de sangue podre, às vezes meio engasgados, vomitando pedaços de carniça...
Bichos malditos, estes encarvoados! ...
Pois, como ficou solito o Cabiúna, tiveram que ver outra junta para o carretão e o boi velho por ali foi ficando.
Porém começou a emagrecer... e tal e qual como uma pessoa penarosa, que gosta de estar sozinha,
assim o carreteiro ganhou o mato, quem sabe, de penaroso. também...
Um dia de sol quente ele apareceu no terreiro.
Foi um alvoroto da miuçalha.
- Olha o Cabiúna! O Cabiúna! Oôch! Cabiúnal oôch! ...
E vieram à porta as senhoras-donas, já casadas e mães de filhos, e que quando eram crianças tantas vezes foram levadas pelo Cabiúna; vieram os moços, já homens, e todos disseram:
- Olha o Cabiúna! Oôch! Oôch! ...
Então, um notou a magreza do boi; outro achou que sim; outro disse que ele não agüentava o primeiro minuano de maio; e conversa vai, conversa vem, o primeiro, que era mui golpeado, achou que era melhor matar-se aquele boi, que tinha caraca grossa nas aspas, que não engordava mais e que iria morrer atolado no fundo dalguma sanga e... lá se ia então um prejuízo certo, no couro perdido...
E já gritaram a um peão, que trouxesse o laço; e veio. À mão no mais o sujeito passou uma volta de meia-cara; o boi cabresteou, como um cachorro ...
Pertinho estava o carretão, antigão, já meio desconjuntado, com o cabeçalho no ar, descansando sobre o muchacho.
O peão puxou da faca e dum golpe enterrou-a até o cabo, no sangradouro do boi manso; quando retirou a mão, já veio nela a golfada espumenta do sangue do coração...
Houve um silenciozito em toda aquela gente.
O boi velho sentindo-se ferido, doendo o talho, quem sabe se entendeu que aquilo seria um castigo, algum pregaço de picana, mal dado, por não estar ainda arrumado. . . - pois vancê creia!-: soprando o sangue em borbotões, já meio roncando na respiração, meio cambaleando, o boi velho deu uns passos mais, encostou o corpo ao comprido no cabeçalho do carretão, e meteu a cabeça, certinho, no lugar da canga, entre os dois canzis ... e ficou arrumado, esperando que o peão fechasse a brocha e lhe passasse a regeira na orelha branca...
E ajoelhou ... e caiu ... e morreu...
Os cuscos pegaram a lamber o sangue, por cima dos capins ... um alçou a perna e verteu em cima ... e enquanto o peão chairava a faca para carnear, um gurizinho, gordote, claro, de cabelos cacheados, que estava comendo uma munhata, chegou-se para o boi morto e meteu-lhe a fatia na boca, batia-lhe na aspa e dizia-lhe lia sua língua de trapos:
- Tome, tabiúna! Nó té... Nó fá bila, tabiúna!. . .
E ria-se o inocente, para os grandes, que estavam por ali, calados, os diabos, cá pra mim, com remorsos por aquela judiaria com o boi velho, que os havia carregado a todos, tantas vezes, para a alegria do banho e das guabirobas, dos araçás, das pitangas, dos guabijus! ...
- Veja vancê, que desgraçados; tão ricos. . e por um mixe couro do boi velho! ...
Cuê-pucha! ... é mesmo bicho mau, o homem!



ESTUDANTO A HISTÓRIA
A.   LEITURA - OBSERVE O RESUMO ABAIXO:
ESQUEMA:
Título: O Boi Velho
Blau Nunes – narrador e testemunha
Tema – ingratidão criança X homem
Oposição - Homem (“bicho mau”) X Boi (bicho bom)
Narrativa - Cabiúna e Dourado – os bois mansos que levam as crianças na
carreta para o banho. Eles mesmos se colocam na canga. Dourado morre. Cabiúna fica velho e os donos mandam matá-lo. Cabiúna acha que está sendo punido, se coloca na canga e morre ( E ajoelhou...e caiu... e morreu... ). Uma das crianças quer alimentar o boi, como antigamente os donos faziam.
B.      VAMOS ESTUDAR O VOCABULÁRIO:
                              1.            Dê os possíveis significados, de acordo com o contexto:
ORDEM
PALAVRAS
SIGNIFICADOS CONTEXTUALIZADOS
a.       
Cuê-pucha

b.       
Vancê

c.        
Estância

d.       
Arroio

e.       
Sarandizal

f.         
Coalhar

g.       
Regeira

h.       
Papada

i.         
Rincão

j.         
Pachorrento

k.        
Solito

l.         
Caraca

m.     
Penarosa

n.       
Miuçalha

o.       
Golpeado

p.       
Pregaço de picanha

q.       
Cuscos

r.        
Canga

s.        


C.      INTERPRETAÇÃO DA HISTÓRIA
                              2.            Os bois Dourado e Cabiúna eram as alegrias de todos, por que... Marque a incorreta:
a)(   )viveram várias gerações;
b)(   )eram mansos;
c)(   )levavam-lhes aos lugares desejados;
d)(   )provocavam o encontro da família nos verões;
e)(   )tinham muita força física e sabiam os caminhos.
                              3.            Após a morte do boi Dourado, picado por uma cobra, o que fez o seu companheiro de canga, o Cabiúna?
a)(   )acostou-se a um velho e abandonado galpão.
b)(   )andou sozinho, costeando as cercas da fazenda.
c)(   )adoeceu e não tardou a sua morte.
d)(   )desapareceu no mato, reaparecendo mais tarde.
                              4.            Como terminou a vida do boi Cabiúna?
a)(   )fora morto pelos descendentes da família;
b)(   )fora picado por uma cobra;
c)(   )morreu de tristeza, pela morte do amigo;
d)(   )envelheceu e um dia tombou pela idade;
e)(   )fora sacrificado, porque adoeceu e estava sofrendo muito.
                    5.        Encontre no Caça-palavras abaixo as principais palavras do conto: O boi velho
F
Z
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ARAÇÁ
BANHO
BICHO
BOI
CABIUNA
CACHORRO
CARRETÃO
CASTIGO
COBRA
COURO
CRIANÇAS
DIABOS
DOURADO
FERIDO
GUABIJU
GUAVIROBA
GURIZADA
HOMEM
MAGREZA
MALDADES
MAU
MINUANO
MORTO
MOÇAS
PITANGA
REMORSO
SANGRADOURO
SANGUE
SAUDADES
SILVA
URUBUS
VERÃO
                              6.             Agora que já sabes o final do conto, explique a expressão: “Cuê-pucha!... é bicho mau, o homem!”, relacionado ao enredo.
_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________.
                              7.            Contextualize a seguinte fala: “- Veja vancê, que desgraçados; tão ricos... e por um mixe couro do boi velho! ...”: _____________________________________________________________________________________________________________________________________________________ .

                              8.            Quem conta a história? Qual é a posição do narrador em relação ao que fizeram ao boi velho?
_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________ .
                              9.            Leia esse fragmento e responda: “- Tome, tabiúna! Nó té... Nó fá bila, tabiúna!” quem e o que por que
Perguntas
Escreva abaixo as suas respostas:
Quem menciona essa fala?

O que diz (traduza)?

Por que se expressa assim?

De que liberdade dispunha?


                          10.            Leia atentamente e sublinhe na passagem abaixo uma expressão pessoal – opinião - do narrador em relação ao acontecido: “ ... E ria-se o inocente, para os grandes, que estavam por ali, calados, os diabos, cá pra mim, com remorsos por aquela judiaria com o boi velho, que os havia carregado a todos, tantas vezes, para a alegria do banho e das guabirobas, dos araçás, das pitangas, dos guabijus! ...”:

                          11.            Por fim, vamos escrever uma história bem gaúcha? Faça de conta que você mora em um lugar muito distante das cidades grandes. Lá, você só tem e vê muita natureza (matas, campos verdes, rios, cascatas, peixes, muitos animais, ...) e sua família. Vivem felizes! ...
Comece assim:
A estância era como aqui e o arroio como a umas dez quadras; lá era o banho da família. Fazia uma ponta, tinha um sarandizal e logo era uma volta forte, como uma meia-lua, onde as areias se amontoavam formando um baixo: o perau era do lado de lá. O mato aí parecia plantado de propósito: era quase que pura guabiroba e pitanga, araçá e guabiju; no tempo, o chão coalhava-se de fruta: era um regalo!





Vamos escrever?







PRODUÇÃO TEXTUAl
L
PRODUÇÃO DO TEXTO
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
PAR.
      _____________________________________________________________
                                                                  (TÍTULO)
1

A - Apresentação:
A1 - falta título
A2 - Desrespeito à margem e aos parágrafos
A3 - Letra ilegível

2

3

4

5

B - Coerência e coesão textual:
B 1 - Ideias desorganizadas B2 - Ideia contraditória ao conteúdo
B3 - Ideia confusa
B4 - Argumentação ausente
B5 - Falta de ligação entre as ideias
B6 - Repetição de palavras B7 _ Mudança de pessoa e tempo verbal não justificada

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C - Correção gramatical:
C1 - Grafia incorreta da palavra
C2 - Desobediência à regra de concordância
C3 - Desobediência à regra de regência
C4 - Desobediência às regra de pontuação
C5 - Mau emprego de palavras
C6 - Mau emprego de pronominalização

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20021

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D - Estrutura narrativa:
D1 - Falhas na situação inicial
D2 - Falhas na complicação
D3 - Falhas na dinâmica de ações
D4 - Falhas na resolução
D5 - Falhas na situação final
D6 - Mau uso dos elementos da narrativa

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RESULTADO DOS ESFORÇOS
PARECER FINAL - SOMA


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