Leituras literárias: escritas e diálogos intermidiáticos

domingo, 23 de junho de 2013

Produção textual a partir da construção de personagens e da criação de ambiente

A turma 81 da Escola Estadual de Ensino Médio escreveu alguns contos a partir dos personagens e dos ambientes que criaram, tendo como situação inicial o seguinte excerto do conto O defunto vivo: "Em alguns arraiais do interior mineiro, quando morria alguém, costumavam buscar o caixão na cidade vizinha, de caminhão. Certa feita, vinha pela estrada um caminhão com sua lúgubre encomenda, quando alguém fez sinal, pedindo carona. O motorista parou". (Weitzel, Antônio Henrique. Folclore literário e linguístico. Juiz de Fora, MG. EDUFJF, 1995).

Carona para a morte
Escrito por: Tais Rizzi Ferreira

Em alguns arraiais do interior mineiro, quando morria alguém costumavam buscar o caixão na cidade vizinha, de caminhão. Certa feita, vinha pela estrada um caminhão com sua lúgubre encomenda, quando alguém fez sinal, pedindo carona. O motorista parou.
- 0i.
- Oi, no que posso lhe servir?
- Você deve ser o senhor Irineu.
- Sim, sou eu mesmo.
- Ah! Estava a sua espera.
- Você é o Douglas?
- Isso mesmo.
- Entra aí! Vamos ao seu condomínio buscar o defunto.
- Defunto?
- Isso mesmo!
- Pelo que eu sei não morreu ninguém. Se bem que estou fora da cidade faz um mês.
- Nossa! Será que posso saber o motivo?
- Claro!
- Fui trabalhar em outras paradas. Estava ganhando mais dinheiro, mas vi que isso não era muito bom. A polícia me prendeu umas dez vezes só neste mês em que fiquei fora.
- Nossa!
Chegando ao condomínio estacionaram o caminhão na garagem e quando estava se dirigindo para a casa em que morava, ele foi surpreendido pelos homens que mataram o defunto que eles foram buscar. Quando a policia chegou, não tinha mais ninguém no local só o cadáver. 
Foram fazer a autópsia, viram que ele tinha uma cicatriz na perna direita, era magro, 1,75 m de altura, vestia roupas normais do dia a dia e usava um brinco de sol e lua. Pelas digitais encontradas no corpo do Douglas prenderam cinco homens até achar o mandante.
Meses depois descobriram que o moço que estava dirigindo o caminhão na verdade era o mandante do assassinato. Após o senhor Irineu ser preso é que foram descobrir o porquê da morte de Douglas.
Irineu era o chefe do tráfico na favela do alemão, Douglas havia parado de vender e não tinha terminado de pagar o que ele devia para o homem.


UMA VIDA QUE, POR DESCUIDO, ACABOU
Escrito por : Larissa da silva Fonseca

Em alguns arraiais do interior mineiro, quando morria alguém, costumavam buscar o caixão na cidade vizinha de caminhão. Certa feita, vinha pela estrada um caminhão com sua lúgubre encomenda, quando alguém fez sinal, pedindo carona. O motorista parou.
- Olá meu nome é Thauan, você poderia me dar uma carona até o centro da cidade?
- Claro que sim, Thauan, entra aí
- Obrigado, qual é o seu nome?
-Meu nome é João. O que você faz aqui na beira de uma rodovia uma hora dessas, meu caro?
- Meu carro estragou e eu preciso ir á imobiliária, pois acabei de comprar uma casa e quero ver se está tudo certo para me mudar na próxima semana.
Lá se foram duas horas de viagem até chegarem ao centro da cidade. João e Thauan fizeram uma grande amizade. Logo que chegaram a cidade, Thauan desceu do caminhão agradeceu João e seguiu em direção á imobiliária.
Assim que cruzou a esquina encontrou dois rapazes que o pararam e perguntaram:
- Oi, nós somos Jonathan e Vinicius e estamos fazendo uma seleção para a nossa agência de modelos, você toparia?
Thauan respondeu:
- Claro que aceito, pois estou procurando um emprego.
Então seguiram em direção ao estúdio onde ele teve que descrever-se .
Jonathan logo se interessou por aquele loiro de cabelos curtos, olhos verdes, magro de estilo atualizado conforme a moda, 1,79 metros de altura, tudo que – na sua mente - um modelo precisava para fazer sucesso no mundo inteiro.
Vinicius que estava mais empolgado do que Jonathan perguntou:
- Onde você mora?
Thauan respondeu:
- Moro em um condomínio novo aqui da cidade, ele é rosa claro, tem um estacionamento enorme embora seja simples.
Jonathan e Vinicius queriam saber:
- Quando você veio, o motorista não contou o que havia no baú do caminhão?
Thauan falou entre risos:
- Não vai me dizer que vocês acreditam que havia defuntos dentro do baú? Façam-me o favor, dois marmanjos com medos de defuntos. Só digo uma coisa: se tivesse, não daria a mínima importância, pois mortos não falam, nem se movimentam.
Thauan olhou seu relógio e percebeu que estava atrasado para ir à imobiliária. Saiu da agência de modelos às pressas. Quando foi atravessar a rua não olhou para os lados, botou o pé na rua, seguiu em direção ao outro lado e foi atingido por um caminhão que o matou na hora.
Como não havia ninguém na rua o motorista pegou Thauan e o jogou dentro do baú. Depois seguiu em direção á cidade vizinha. Para que não houvesse investigações, enterrou Thauan para que ele nunca mais fosse encontrado.

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