Nomes dos bolsistas:
Anderson B. Araújo e Carla Vanusa
Turma: T7A
Supervisora: Lisandra
PLANO DE AULA
OBJETIVOS GERAIS:
- Ler cantigas trovadorescas,
reconhecendo suas características por meio de atividades dirigidas a fim
de desenvolver a criatividade e o senso crítico dos alunos.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
- Trabalhar as Cantigas de
amigo, de amor e de escárnio, relacionando-as ao contexto linguístico
atual para que façam releituras.
METODOLOGIA:
- Iniciar a aula passando um
vídeo de uma cantiga de amigo aos alunos:
- Em seguida, questioná-los quanto a
compreensão da letra da cantiga. Após esse momento, dividir os alunos em
duplas, e distribuir cantigas variadas em uma folha para escolherem a que
mais gostaram;
- Após a escolha das cantigas, solicitar
aos alunos que realizem uma leitura mais aprofundada e, com o auxílio de
dicionários, adaptem a linguagem da cantiga escolhida para os dias atuais.
CRONOGRAMA
- Uma aula de 35 min.
RECURSOS:
- Dois exemplos xerocados de
cada cantiga trovadoresca.
- Dicionários.
Transforma-se o
amador na cousa amada
Luís
de Camões
Transforma-se
o amador na cousa amada,
por virtude do muito imaginar;
não tenho logo mais que desejar,
pois em mim tenho a parte desejada.
por virtude do muito imaginar;
não tenho logo mais que desejar,
pois em mim tenho a parte desejada.
Se
nela está minha alma transformada,
que mais deseja o corpo de alcançar?
Em si somente pode descansar,
pois consigo tal alma está liada.
que mais deseja o corpo de alcançar?
Em si somente pode descansar,
pois consigo tal alma está liada.
Mas
esta linda e pura semidéia,
que, como o acidente em seu sujeito,
assim co’a alma minha se conforma,
que, como o acidente em seu sujeito,
assim co’a alma minha se conforma,
está
no pensamento como idéia;
[e] o vivo e puro amor de que sou feito,
como matéria simples busca a forma.
[e] o vivo e puro amor de que sou feito,
como matéria simples busca a forma.
Amor é fogo que arde sem se ver
Amor é fogo
que arde sem se ver,
é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem querer;
é um andar solitário entre a gente;
é nunca contentar-se de contente;
é um cuidar que ganha em se perder.
É querer estar preso por vontade;
é servir a quem vence, o vencedor;
é ter com quem nos mata, lealdade.
Mas como causar pode seu favor
nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor?
é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem querer;
é um andar solitário entre a gente;
é nunca contentar-se de contente;
é um cuidar que ganha em se perder.
É querer estar preso por vontade;
é servir a quem vence, o vencedor;
é ter com quem nos mata, lealdade.
Mas como causar pode seu favor
nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor?
Camões
Ai Flores do Verde Pino
__ Ai flores, ai flores do verde pino,
se sabedes novas do meu amigo!
Ai Deus, e u é?
__ Ai flores, ai flores do verde ramo,
se sabedes novas do meu amado!
Ai Deus, e u é?
Se sabedes novas do meu amigo,
aquel que mentiu do que pôs comigo!
Ai Deus, e u é?
Se sabedes novas do meu amado,
aquel que mentiu do qui mi á jurado!
Ai Deus, e u é?
__ Vós me perguntardes polo voss'amigo,
e eu bem vos digo que é san'vivo.
Ai Deus, e u é?
Vós me perguntardes polo voss'amado,
e eu bem vos digo que é viv'e sano.
Ai Deus, e u é?
E eu bem vos digo que é san'vivo
e seeravosc'ant'o prazo saído.
Ai Deus, e u é?
E eu bem vos digo que é viv' e sano
e seeravosc'ant'o prazo passado
Ai Deus, e u é? D. Dinis, in 'Antologia Poética'
se sabedes novas do meu amigo!
Ai Deus, e u é?
__ Ai flores, ai flores do verde ramo,
se sabedes novas do meu amado!
Ai Deus, e u é?
Se sabedes novas do meu amigo,
aquel que mentiu do que pôs comigo!
Ai Deus, e u é?
Se sabedes novas do meu amado,
aquel que mentiu do qui mi á jurado!
Ai Deus, e u é?
__ Vós me perguntardes polo voss'amigo,
e eu bem vos digo que é san'vivo.
Ai Deus, e u é?
Vós me perguntardes polo voss'amado,
e eu bem vos digo que é viv'e sano.
Ai Deus, e u é?
E eu bem vos digo que é san'vivo
e seeravosc'ant'o prazo saído.
Ai Deus, e u é?
E eu bem vos digo que é viv' e sano
e seeravosc'ant'o prazo passado
Ai Deus, e u é? D. Dinis, in 'Antologia Poética'
Ondas do mar de Vigo
Ondas do mar de
Vigo,
Se vistes meu
amigo!
E ai Deus, se
verrá cedo!
Ondas do mar
levado,
Se vistes meu
amado!
E ai Deus, se
verrá cedo!
Se vistes meu
amigo,
O porquê eu
suspiro!
E ai Deus, se
verrá cedo!
Se vistes meu
amado,
Por que hei gran
cuidado!
E ai Deus, se
verrá cedo!
Martim
Codax
Ai
dona fea, fostes-vos queixar
que vos nunca louv'en[o] meu cantar;
mais ora quero fazer um cantar
em que vos loarei todavia;
e vedes como vos quero loar:
donafea, velha e sandia!
Dona fea, se Deus mi perdom,
poishavedes [a]tamgramcoraçom
que vos eu loe, em esta razom
vos quero já loar todavia;
e vedes qual será a loaçom:
donafea, velha e sandia!
Dona fea, nunca vos eu loei
em meu trobar, pero muito trobei;
mais ora já um bom cantar farei
em que vos loarei todavia;
edirei-vos como vos loarei:
donafea, velha e sandia!
João Garcia de
Guilhade
Marinha,
o teu folgar
tenho eu por desacertado,
e ando maravilhado
de te não ver rebentar;
pois tapo com esta minha
boca, a tua boca, Marinha;
e com este nariz meu,
tapo eu, Marinha, o teu;
tenho eu por desacertado,
e ando maravilhado
de te não ver rebentar;
pois tapo com esta minha
boca, a tua boca, Marinha;
e com este nariz meu,
tapo eu, Marinha, o teu;
com as mãos tapo as orelhas,
os olhos e as sobrancelhas,
tapo-te ao primeiro sono;
com a minha piça o teu cono;
e como o não faz nenhum,
com os colhões te tapo o cu.
E não rebentas, Marinha?
os olhos e as sobrancelhas,
tapo-te ao primeiro sono;
com a minha piça o teu cono;
e como o não faz nenhum,
com os colhões te tapo o cu.
E não rebentas, Marinha?
Autor
desconhecido
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