Planejamento
com alunos 1°ano Ensino Médio noturno - Colégio Theóphilo Sauer
Plano
de aula 1 - Bolsistas Vanderlei Linden e Denise Hack
Data:
20/04/2016.
Carga horária: dois períodos, das 19h00m às 20h38min.Assunto: Conhecendo o autor Moacyr Scliar
Objetivos:
-
Conhecer
um pouco da biografia do autor;
- Interpretar o conto “De volta ao primeiro beijo”;
- Trabalhar
o uso de adjetivos dentro do conto;
- Desenvolver uma produção textual com o mesmo tema;
Metodologia: Os professores
colocarão papéis com adjetivos sobre a mesa e os alunos deverão retirar um adjetivo
e comentar se o papel que tirou pode ser atribuído a eles. Os alunos
individualmente receberão o conto impresso, para leitura oral e questões de
interpretação e subjetividade.
Recursos:
- O conto impresso;
- Papéis com adjetivos;
Atividades
propostas:
Atividade
01: Cada
aluno vai retirar um papel com um adjetivo e fazer sobre o mesmo.Atividade 02: Os alunos receberão o conto e questões de interpretação.
Atividade 03: Os alunos deveram escrever uma produção textual com o mesmo tema do conto trabalhado em aula, contando como foi o primeiro beijo.
Biografia: Morador de Porto Alegre, nasceu em 23 de março de 1937, faleceu em 27 de fevereiro de 2011. Moacyr Scliar foi um escritor
gaúcho,formado em medicina, trabalhou como médico especialista em saúde pública e professor
universitário. Sua obra consiste de contos, romances, ensaios e literatura
infantojuvenil. Também ficou conhecido por suas crônicas
nos principais jornais do país.
De volta ao primeiro beijo
Tinha acabado de ler a matéria sobre o primeiro beijo, no
pequeno apartamento em que morava desde que ficara viúvo, anos antes, quando
(coincidência impressionante, concluiria depois) o telefone tocou. Era uma
mulher, de voz fraca e rouca, que ele de início não identificou: - Aqui fala a
Marília -disse a voz. Deus, a Marília! A sua primeira namorada, a garota que
ele beijara (o primeiro beijo de sua vida) décadas antes! De imediato recordou
a garota simpática, sorridente, com quem passeava de mãos dadas. Nunca mais a
vira, ainda que frequentemente a recordasse e agora, ela lhe ligava. Como que
adivinhando o pensamento dele, ela explicou: - Estou no hospital, Sérgio. Com
uma doença grave... E queria ver você. Pode ser? - Claro -apressou-se ele a
dizer- eu vou aí agora mesmo. Anotou rapidamente o endereço, vestiu o casaco,
saiu, tomou um táxi. No caminho foi evocando aquele namoro, que infelizmente
não durara muito tempo -o pai dela, militar, havia sido transferido para o
Norte, com o que perdido o contato -mas que o marcara profundamente. Nunca a
esquecera, ainda que depois tivesse beijado várias outras moças, uma das quais
se tornara a sua companheira de toda a vida, mãe de seus três filhos, avó de
seus cinco netos. E não a esquecera por causa daquele primeiro beijo, tão
desajeitado quanto ardente.
Chegando ao hospital foi direto ao quarto. Bateu; uma moça abriu-lhe a porta, e era igual à Marília: sua filha. Ele entrou e ali estava ela, sua primeira namorada. Quase não a reconheceu. Envelhecida, devastada pela doença, ela mal lembrava a garota sorridente que ele conhecera. Consternado, aproximou-se, sentou-se junto ao leito. A filha disse que os deixaria a sós: precisava falar com o médico.
Olharam-se, Sérgio e Marília, ele com lágrimas correndo pelo rosto. - Você sabe por que chamei você aqui? -perguntou ela, com esforço. - Porque nunca esqueci você, Sérgio. E nunca esqueci o nosso primeiro beijo, lembra? Na porta da minha casa, depois do cinema... - Claro que lembro, Marília. Eu também nunca esqueci você... - Pois eu queria, Sérgio... Eu queria muito... Que você me beijasse de novo. Você sabe, os médicos não me deram muito tempo... E eu queria levar comigo esta recordação...
Ele levantou-se, aproximou-se dela, beijou os lábios fanados. E aí, como por milagre, o tempo voltou atrás e de repente eles eram os jovenzinhos de décadas antes, beijando-se à porta da casa dela. Mas a emoção era demais para ele: pediu desculpas, tinha de ir. A filha, parada à porta do quarto, agradeceu-lhe: você fez um grande bem à minha mãe. E acrescentou, esperançosa: - Acho que ela agora vai melhorar. Não melhorou. Na semana seguinte, Sérgio viu no jornal o convite para o enterro. Mas, ao contrário do que poderia esperar, apenas sorriu. Tinha descoberto que o primeiro beijo dura para sempre. Ou pelo menos assim queria acreditar.
Chegando ao hospital foi direto ao quarto. Bateu; uma moça abriu-lhe a porta, e era igual à Marília: sua filha. Ele entrou e ali estava ela, sua primeira namorada. Quase não a reconheceu. Envelhecida, devastada pela doença, ela mal lembrava a garota sorridente que ele conhecera. Consternado, aproximou-se, sentou-se junto ao leito. A filha disse que os deixaria a sós: precisava falar com o médico.
Olharam-se, Sérgio e Marília, ele com lágrimas correndo pelo rosto. - Você sabe por que chamei você aqui? -perguntou ela, com esforço. - Porque nunca esqueci você, Sérgio. E nunca esqueci o nosso primeiro beijo, lembra? Na porta da minha casa, depois do cinema... - Claro que lembro, Marília. Eu também nunca esqueci você... - Pois eu queria, Sérgio... Eu queria muito... Que você me beijasse de novo. Você sabe, os médicos não me deram muito tempo... E eu queria levar comigo esta recordação...
Ele levantou-se, aproximou-se dela, beijou os lábios fanados. E aí, como por milagre, o tempo voltou atrás e de repente eles eram os jovenzinhos de décadas antes, beijando-se à porta da casa dela. Mas a emoção era demais para ele: pediu desculpas, tinha de ir. A filha, parada à porta do quarto, agradeceu-lhe: você fez um grande bem à minha mãe. E acrescentou, esperançosa: - Acho que ela agora vai melhorar. Não melhorou. Na semana seguinte, Sérgio viu no jornal o convite para o enterro. Mas, ao contrário do que poderia esperar, apenas sorriu. Tinha descoberto que o primeiro beijo dura para sempre. Ou pelo menos assim queria acreditar.
Questões de interpretação:
1) Quando
o telefone de Sérgio tocou, quem estava ao telefone?
2) Onde
aconteceu o primeiro beijo de Sérgio e Marília?
3) Qual
o motivo que levou Marília procurar Sérgio?
4) Os
adjetivos usados para identificar a personagem Marília, quando Sérgio entra no
seu leito do hospital, conotam o quê?
5) Quais
adjetivos você atribuiria a uma pessoa que está doente?
6) Na
frase retirada do texto, substitua a palavra em negrito por outra, de maneira
que não perca o sentido no contexto da crônica, marcando apenas uma alternativa
abaixo:
”Ele levantou-se,
aproximou-se dela, beijou os lábios fanados.”
(
) coloridos ( ) inchados ( ) atraentes ( ) vermelhos ( ) murchos ( ) carnudos
7) Transcreva
o trecho do texto que Marília expressa que sabe que sua morte está próxima:
8) O
texto surgiu de uma reportagem lida no jornal, sobre um filme que falava do
primeiro beijo de uma garota. Podemos dizer que o texto é narrativo?
Justifique:
9) Qual esperança tinha à filha em relação a mãe ?
10) Na sua opinião, mesmo depois de passados
tantos anos, o amor dos personagens era verdadeiro ? Justifique:
11) No
final do texto, “Mas, ao contrário do que
poderia esperar”, que idéia nos dá a conjunção?
12) Suponhamos que você teria que visitar alguém
da sua família que esteja internada no hospital, qual seria sua reação ? Você já passou por essa experiência?
13) Faça
uma produção textual, narrando uma história de primeiro beijo:
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