PLANO PARA 24/10/16
ASSUNTO: Contos de fadas, diversidade cultural, interpretação.
TEMPO: 2 horas-aula.
OBJETIVOS:
-Refletir sobre a diversidade cultural das narrativas de tradição oral por meio da leitura de conto africano e comparação com o conto de fadas Cinderela a fim de
- Exercitar a escrita por meio de produção textual a fim de melhorar a expressão e a organização de ideias.
METODOLOGIA:
-Primeiro, serão dados quinze minutos para que os alunos terminem os exercícios da aula anterior.
-Em seguida, será feita a correção, com o grande grupo.
Motivação
-Exibir-se-á o vídeo “Experimento revela que o Racismo é mais forte do que todos pensam”.
https://www.youtube.com/watch?v=Sq4z2Vq2K1w
Pré-leitura
-Em seguida, os alunos serão questionados sobre o perfil normalmente atribuído às princesas de contos de fadas.
Leitura e descoberta
-Será feita a leitura, em conjunto, do conto Natiki.
Natiki – Glaudien Kotzé
O sol vespertino do Kalahari declina atrás dos espinheiros. Os caçadores retornam do estepe africano. No Kraal, as pessoas estão conversando e rindo.
As duas irmãs de Natiki e sua mãe estão esfregando o corpo com gordura. Estão se embelezando, porque à noite haverá dança da lua cheia.
O coração de Natiki está ardendo para acompanhá-las à grande dança, mas quando pediu à sua mãe se poderia ir também, ela disse:
- Vá buscar as cabras e certifique-se de trazê-las antes que a noite caia. Traga também um pouco de lenha e faça uma grande fogueira para espantar os animais selvagens.
A mãe e as irmãs de Natiki a tratavam muito, muito mal. Tinham inveja porque ela era mais bonita que as duas irmãs mais velhas. E tinham medo de que um jovem caçador caísse nas graças dela no momento da dança.
Assim, Natiki foi até o estepe. Na hora em que retornou ao kraal com as cabras, sua mãe e suas irmãs já haviam saído para a dança.
Ela coloca o punhado de espinhos de porco-espinho que havia juntado no tapume da área de cozinhar. Quebra a lenha. Deposita-a na fogueira e a acende.
Em seguida, passa gordura no corpo até sua pele ficar lustrosa como cobre. Penteia seu cabelo com uma vara de espinhos e esfrega uma mistura amarela de casca de árvore amassada e gordura em seu rosto. Em volta do pescoço, usa um colar de contas nos cabelos e amarra orelhas secas de gazelas cheias de sementes em suas pernas. Por último, coloca os espinhos de porco-espinho dentro de sua pequena bolsa de couro.
A lua já está alta quando ela segue pelo caminho. Aqui e ali, enquanto anda, ela crava um espinho no chão.
Quando chega ao topo da colina e vê a grande fogueira da dança, começa a se sentir um pouco inquieta. O que a mãe e as irmãs dirão? Mas então ela sente o cheiro da carne no carvão e seus pés pulam para lá e para cá, e as orelhas de gazela fazem chirr-chirr em seus tornozelos.
Quando chega à fogueira, ela fica em pé, no início, meio de lado. Então, avista a mãe e as irmãs. Mas elas estão tentando saber, como as outras mulheres, quem é aquela estranha que chegou à festa tão sozinha.
Natiki aproxima-se para ficar com as mulheres que estão cantando e batendo palmas. Ela participa do canto. Ela bate palmas e seus pés são leves. Um jovem caçador lhe sorri quando passa dançando por ela. Os olhos dele repousam sobre ela.
Quando vai ficando tarde, as irmãs de Natiki começam a bocejar – bocejos largos que as tornam ainda mais feias. A mãe de Natiki reflete e diz às suas filhas mais velhas:
- Comam mais alguma coisa, e então vamos embora.
E elas se foram.
Natiki canta e bate palmas com as outras mulheres por muito, muito tempo. Quando todos estão exaustos, o jovem caçador se aproxima dela.
- Acompanharei você – ele diz.
Conforme seguem os espinhos no caminho até a choupana de sua mãe, Natiki lhe conta tudo sobre suas duas irmãs e sua mãe, que a tratam tão mal. E como ela ficaria brava se percebesse que Natiki tinha saído para a dança.
Então o caçador diz:
- Vou levar você para longe delas. Vou discutir esse assunto pessoalmente com sua mãe.
A mãe e as irmãs ouviram as vozes se aproximando ao longe.
- Deve ser ela vindo para casa com um dos caçadores – disse a irmã mais nova.
- Não, quem se interessaria em acompanhá-la? – perguntou a irmã mais velha, que tinha muita inveja de Natiki.
Natiki e o caçador apareceram diante da chama vermelha da fogueira. Ela estava muito bonita.
- Sua menina terrível, o que pensa que está fazendo? – a mãe a repreendeu.
Quando o jovem caçador percebeu que Natiki começava a tremer, virou-se para encarar a mãe dela.
- Eu levarei Natiki comigo esta noite, para sempre – ele diz. – E garantirei que as panelas dela nunca fiquem vazias.
- Você verá quão inútil ela é – gritou a mãe dela, e levantou-se de repente para separar Natiki do caçador. Mas Natiki é muito rápida para ela. Ela se desvia e vai para trás do caçador. Agora não há nada que sua mãe possa fazer.
Então Natiki vai embora com o caçador para a terra do povo dele, muito, muito longe.
Toda tarde, quando sua mãe e suas irmãs vêm caminhando com dificuldade por causa do peso das grandes cargas de lenha nas costas, as duas irmãs resmungam:
- Natiki, Natiki, um dia pegaremos você de volta.
Mas Natiki está alegre e feliz. Ela cuida do marido e dos filhos muito bem.
E é exatamente como o caçador prometeu: sempre há carne em suas panelas.
-Após a leitura, serão feitos alguns questionamentos orais sobre o texto e sua relação com “Cinderela”.
1- Esse conto é semelhante a outro que já lemos?
2- Que elementos são semelhantes e quais são diferentes entre as duas histórias?
Produção textual
-Será pedido aos alunos que realizem uma produção textual com base na leitura.
Com base em um conto de fadas de sua escolha, produza um conto adaptando a história e os personagens para a realidade brasileira atual. O ensinamento contido no texto original deve ser mantido. O texto deve apresentar título e o limite de linhas deve permanecer entre 25 e 30 linhas.
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