Acadêmicos Bolsistas Liana Lamarques e Vanderlei Linden
Plano
de aula 2- Turma 162
Data:
10/04/2017.
Carga horária: dois períodos, das 13h00m às 15h00m.
Assunto:
Crônica “O lixo” de Luis Fernando Veríssimo
Objetivos:
- Analisar
a desenvoltura e oralidade do aluno ao ser questionado no ato da dinâmica
e durante a apresentação de pesquisa;
- Abordar
a importância e cuidados que devemos ter com o lixo;
- Trabalhar
questões de interpretação textual.
Metodologia: Os
alunos deverão ficar sentados em seus lugares, um aluno será escolhido para
iniciar a dinâmica, esse deverá dirigir-se até o lixo e retirar uma questão ou
imagem de dentro e responder. Concluindo a dinâmica os professores ressaltarão
a importância e cuidados que devemos ter com o nosso lixo. Após os alunos receberão
o texto impresso para leitura em grupo, e questões de interpretação individual.
Como atividade extra, será feita uma pesquisa sobre o escritor “Luis Fernando
Veríssimo”.
Recursos:
-
Um cesto de lixo;- Algumas imagens e perguntas;
- Texto impresso “O Lixo” e questões de interpretação;
- Internet para pesquisa.
Atividades
propostas:
Atividade
01: Os
professores conduzirão os alunos na atividade de motivação.
Atividade
02:
Um aluno de cada vez deverá ir até o lixo e retirar dele uma questão ou uma
imagem e responder aos colegas e professores.
Atividade 03: Finalizado
a dinâmica, os professores conversarão com os alunos sobre a importância da
separação adequada do lixo.
Atividade 04: Os alunos deverão fazer uma breve pesquisa sobre o
escritor “Luis Fernando Veríssimo” e alguns apresentarem aos colegas.
O
Lixo
Encontram-se na área de serviço. Cada um
com seu pacote de lixo. É a primeira vez que se falam.
- Bom dia...
-
Bom dia.
- A senhora é do 610.
-
E o senhor do 612
- É.
- Eu ainda não lhe conhecia
pessoalmente...
-
Pois é...
- Desculpe a minha indiscrição, mas
tenho visto o seu lixo...
- O meu quê?
- O seu lixo. - Ah...
-
Reparei que nunca é muito. Sua família deve ser pequena...
- Na verdade sou só eu.
- Mmmm. Notei também que o senhor usa
muito comida em lata.
-
É que eu tenho que fazer minha própria comida. E como não sei cozinhar...
-
Entendo.
-
A senhora também...
- Me chame de você.
- Você também perdoe a minha
indiscrição, mas tenho visto alguns restos de comida em seu lixo. Champignons,
coisas assim...
- É que eu gosto muito de cozinhar.
Fazer pratos diferentes. Mas, como moro sozinha, às vezes sobra...
-
A senhora... Você não tem família?
- Tenho, mas não aqui.
-
No Espírito Santo.
- Como é que você sabe?
-
Vejo uns envelopes no seu lixo. Do Espírito Santo.
-
É. Mamãe escreve todas as semanas.
- Ela é professora?
- Isso é incrível! Como foi que você
adivinhou?
-
Pela letra no envelope. Achei que era letra de professora.
-
O senhor não recebe muitas cartas. A julgar pelo seu lixo.
- Pois é... - No outro dia tinha um
envelope de telegrama amassado.
-
É.
- Más notícias?
- Meu pai. Morreu.
- Sinto muito.
- Ele já estava bem velhinho. Lá no Sul.
Há tempos não nos víamos.
- Foi por isso que você recomeçou a
fumar?
- Como é que você sabe?
- De um dia para o outro começaram a
aparecer carteiras de cigarro amassadas no seu lixo.
- É verdade. Mas consegui parar outra
vez.
-
Eu, graças a Deus, nunca fumei.
- Eu sei. Mas tenho visto uns vidrinhos
de comprimido no seu lixo...
- Tranqüilizantes. Foi uma fase. Já
passou.
- Você brigou com o namorado, certo?
-
Isso você também descobriu no lixo?
-
Primeiro o buquê de flores, com o cartãozinho, jogado fora. Depois, muito lenço
de papel.
- É, chorei bastante, mas já passou.
- Mas hoje ainda tem uns lencinhos...
- É que eu estou com um pouco de coriza.
-
Ah.
- Vejo muita revista de palavras cruzadas
no seu lixo.
-
É. Sim. Bem. Eu fico muito em casa. Não saio muito. Sabe como é.
- Namorada?
- Não.
- Mas há uns dias tinha uma fotografia
de mulher no seu lixo. Até bonitinha.
-
Eu estava limpando umas gavetas. Coisa antiga.
-
Você não rasgou a fotografia. Isso significa que, no fundo, você quer que ela
volte
. - Você já está analisando o meu lixo!
- Não posso negar que o seu lixo me
interessou.
- Engraçado. Quando examinei o seu lixo,
decidi que gostaria de conhecê-la. Acho que foi a poesia.
- Não! Você viu meus poemas?
- Vi e gostei muito.
- Mas são muito ruins!
-
Se você achasse eles ruins mesmo, teria rasgado. Eles só estavam dobrados.
-
Se eu soubesse que você ia ler...
- Só não fiquei com eles porque, afinal,
estaria roubando. Se bem que, não sei: o lixo da pessoa ainda é propriedade
dela?
- Acho que não. Lixo é domínio público.
- Você tem razão. Através do lixo, o
particular se torna público. O que sobra da nossa vida privada se integra com a
sobra dos outros. O lixo é comunitário. É a nossa parte mais social. Será isso?
- Bom, aí você já está indo fundo demais
no lixo. Acho que...
- Ontem, no seu lixo...
- O quê?
- Me enganei, ou eram cascas de camarão?
- Acertou. Comprei uns camarões graúdos
e descasquei.
- Eu adoro camarão.
- Descasquei, mas ainda não comi. Quem
sabe a gente pode...
-
Jantar juntos?
-
É.
-
Não quero dar trabalho.
- Trabalho nenhum.
- Vai sujar a sua cozinha?
- Nada. Num instante se limpa tudo e põe
os restos fora
.- No seu lixo ou no meu?
Escritor:
Luís Fernando Veríssimo
Responda as seguintes questões:
1)
O
texto acima podemos confirmar que é:
( ) Um poema (
) Um conto ( ) Uma fábula ( )
Um diálogo
2) O
texto expressa vários questionamentos, mas qual questionamento não é feito na
conversa dos vizinhos:
(
) Que a mãe era professora
(
) Que algum familiar havia falecido
(
) Que a família morava longe
(
) Que ambos estariam divorciados
(
) Que um fumava e o outro usava tranqüilizantes
3) De acordo com o texto, responda V ou F:
(
) A moça escrevia poemas
(
) O diálogo acontece dentro de um supermercado
(
) No lixo tinha uma fotografia de um homem muito bonito
(
) Alguém da família mora no Espírito Santo
(
) O rapaz gostava muito de cozinhar
(
) O rapaz gostava de mascar chicletes quando estava nervoso
4) O que faz o rapaz pensar que a moça brigou com o namorado?
5) Por que a moça percebeu que a mãe do rapaz era professora?
6) Comprove com elementos do texto que a história é antiga?
7) Antes de se conhecerem melhor, o que eles tinham em comuns?
8) Coloque nomes nos personagens do texto: Rapaz, moça e professora.
9) A falta de conscientização das pessoas em colocar o lixo no seu devido lugar, não o jogando nas ruas e rios, acaba muitas vezes prejudicando toda uma determinada região ou vila com as enchentes. O que você faria para conscientizar uma população, sobre o lixo?
10) Durante vários momentos os personagens descrevem o que cada um tinha no seu lixo. Será que o lixo dos personagens estava separado para descarte ou tudo misturado? Justifique com trechos do texto:
11) Conforme a fala do menino da imagem, quem seria o culpado pelos alagamentos nos bairros, sendo que ele mesmo descartou o lixo fora da lixeira?
12) Na fala da imagem é citado o nome de um animal, mas o que o menino quis realmente dizer?
13) Na sua casa o lixo é separado corretamente?
14) Comprove com elementos do texto que a história é antiga?
15) Separe as sílabas das palavras: amassado, indiscrição, incrível, examinei, soubesse, cartãozinho, tranquilizantes.
16) Faça uma breve pesquisa na internet sobre o escritor, “Luis Fernando Veríssimo”. Apresentar na aula seguinte.
17) Nos dias de hoje muito se escuta falar em preservar o meio ambiente, para você qual a importância de vivermos em uma sociedade em que as pessoas estão mais preocupadas em deixar um mundo melhor para uma futura geração? (Mínimo 12 linhas)
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