Leituras literárias: escritas e diálogos intermidiáticos

domingo, 16 de abril de 2017

Planejamento com alunos do 6ºano - Colégio Theóphilo Sauer
Acadêmicos Bolsistas Liana Lamarques e Vanderlei Linden


Plano de aula 2- Turma 162

Data: 10/04/2017.

Carga horária: dois períodos, das 13h00m às 15h00m.

Assunto: Crônica “O lixo” de Luis Fernando Veríssimo

 Objetivos:

  • Analisar a desenvoltura e oralidade do aluno ao ser questionado no ato da dinâmica e durante a apresentação de pesquisa;
  • Abordar a importância e cuidados que devemos ter com o lixo;
  • Trabalhar questões de interpretação textual.

Metodologia: Os alunos deverão ficar sentados em seus lugares, um aluno será escolhido para iniciar a dinâmica, esse deverá dirigir-se até o lixo e retirar uma questão ou imagem de dentro e responder. Concluindo a dinâmica os professores ressaltarão a importância e cuidados que devemos ter com o nosso lixo. Após os alunos receberão o texto impresso para leitura em grupo, e questões de interpretação individual. Como atividade extra, será feita uma pesquisa sobre o escritor “Luis Fernando Veríssimo”.

Recursos: 
- Um cesto de lixo;
- Algumas imagens e perguntas;
- Texto impresso “O Lixo” e questões de interpretação;
- Internet para pesquisa.

Atividades propostas:

Atividade 01: Os professores conduzirão os alunos na atividade de motivação.
Atividade 02: Um aluno de cada vez deverá ir até o lixo e retirar dele uma questão ou uma imagem e responder aos colegas e professores.

Atividade 03: Finalizado a dinâmica, os professores conversarão com os alunos sobre a importância da separação adequada do lixo.
Atividade 04: Os alunos deverão fazer uma breve pesquisa sobre o escritor “Luis Fernando Veríssimo” e alguns apresentarem aos colegas.



O Lixo

Encontram-se na área de serviço. Cada um com seu pacote de lixo. É a primeira vez que se falam.

- Bom dia...

 - Bom dia.

- A senhora é do 610.

 - E o senhor do 612

- É.

- Eu ainda não lhe conhecia pessoalmente...

 - Pois é...

- Desculpe a minha indiscrição, mas tenho visto o seu lixo...

- O meu quê?

- O seu lixo. - Ah...

 - Reparei que nunca é muito. Sua família deve ser pequena...

- Na verdade sou só eu.

- Mmmm. Notei também que o senhor usa muito comida em lata.

 - É que eu tenho que fazer minha própria comida. E como não sei cozinhar...

 - Entendo.

 - A senhora também...

- Me chame de você.

- Você também perdoe a minha indiscrição, mas tenho visto alguns restos de comida em seu lixo. Champignons, coisas assim...

- É que eu gosto muito de cozinhar. Fazer pratos diferentes. Mas, como moro sozinha, às vezes sobra...

 - A senhora... Você não tem família?

- Tenho, mas não aqui.

 - No Espírito Santo.

- Como é que você sabe?

 - Vejo uns envelopes no seu lixo. Do Espírito Santo.

 - É. Mamãe escreve todas as semanas.

- Ela é professora?

- Isso é incrível! Como foi que você adivinhou?

 - Pela letra no envelope. Achei que era letra de professora.

 - O senhor não recebe muitas cartas. A julgar pelo seu lixo.

- Pois é... - No outro dia tinha um envelope de telegrama amassado.

 - É.

- Más notícias?

- Meu pai. Morreu.

- Sinto muito.

- Ele já estava bem velhinho. Lá no Sul. Há tempos não nos víamos.

- Foi por isso que você recomeçou a fumar?

- Como é que você sabe?

- De um dia para o outro começaram a aparecer carteiras de cigarro amassadas no seu lixo.

- É verdade. Mas consegui parar outra vez.

 - Eu, graças a Deus, nunca fumei.

- Eu sei. Mas tenho visto uns vidrinhos de comprimido no seu lixo...

- Tranqüilizantes. Foi uma fase. Já passou.

- Você brigou com o namorado, certo?

 - Isso você também descobriu no lixo?

 - Primeiro o buquê de flores, com o cartãozinho, jogado fora. Depois, muito lenço de papel.

- É, chorei bastante, mas já passou.

- Mas hoje ainda tem uns lencinhos...

- É que eu estou com um pouco de coriza.

 - Ah.

- Vejo muita revista de palavras cruzadas no seu lixo.

 - É. Sim. Bem. Eu fico muito em casa. Não saio muito. Sabe como é.

- Namorada?

- Não.

- Mas há uns dias tinha uma fotografia de mulher no seu lixo. Até bonitinha.

 - Eu estava limpando umas gavetas. Coisa antiga.

 - Você não rasgou a fotografia. Isso significa que, no fundo, você quer que ela volte

. - Você já está analisando o meu lixo!

- Não posso negar que o seu lixo me interessou.

- Engraçado. Quando examinei o seu lixo, decidi que gostaria de conhecê-la. Acho que foi a poesia.

- Não! Você viu meus poemas?

- Vi e gostei muito.

- Mas são muito ruins!

 - Se você achasse eles ruins mesmo, teria rasgado. Eles só estavam dobrados.

 - Se eu soubesse que você ia ler...

- Só não fiquei com eles porque, afinal, estaria roubando. Se bem que, não sei: o lixo da pessoa ainda é propriedade dela?

- Acho que não. Lixo é domínio público.

- Você tem razão. Através do lixo, o particular se torna público. O que sobra da nossa vida privada se integra com a sobra dos outros. O lixo é comunitário. É a nossa parte mais social. Será isso?

- Bom, aí você já está indo fundo demais no lixo. Acho que...

- Ontem, no seu lixo...

- O quê?

- Me enganei, ou eram cascas de camarão?

- Acertou. Comprei uns camarões graúdos e descasquei.

- Eu adoro camarão.

- Descasquei, mas ainda não comi. Quem sabe a gente pode...

 - Jantar juntos?

 - É.

 - Não quero dar trabalho.

- Trabalho nenhum.

- Vai sujar a sua cozinha?

- Nada. Num instante se limpa tudo e põe os restos fora

.- No seu lixo ou no meu?

Escritor: Luís Fernando Veríssimo

Responda as seguintes questões:
1)      O texto acima podemos confirmar que é:

(    ) Um poema     (   ) Um conto     (    ) Uma fábula   (   ) Um diálogo
2)      O texto expressa vários questionamentos, mas qual questionamento não é feito na conversa dos vizinhos:

(    ) Que a mãe era professora

(    ) Que algum familiar havia falecido

(    ) Que a família morava longe

(    ) Que ambos estariam divorciados

(    ) Que um fumava e o outro usava tranqüilizantes

3)       De acordo com o texto, responda V ou F:

(    ) A moça escrevia poemas

(    ) O diálogo acontece dentro de um supermercado

(    ) No lixo tinha uma fotografia de um homem muito bonito

(    ) Alguém da família mora no Espírito Santo

(    ) O rapaz gostava muito de cozinhar

(    ) O rapaz gostava de mascar chicletes quando estava nervoso

 
4)      O que faz o rapaz pensar que a moça brigou com o namorado?
5)      Por que a moça percebeu que a mãe do rapaz era professora?
6)      Comprove com elementos do texto que a história é antiga?
7)      Antes de se conhecerem melhor, o que eles tinham em comuns?
8)      Coloque nomes nos personagens do texto: Rapaz, moça e professora.
9)      A falta de conscientização das pessoas em colocar o lixo no seu devido lugar, não o jogando nas ruas e rios, acaba muitas vezes prejudicando toda uma determinada região ou vila com as enchentes. O que você faria para conscientizar uma população, sobre o lixo?
10)  Durante vários momentos os personagens descrevem o que cada um tinha no seu lixo. Será que o lixo dos personagens estava separado para descarte ou tudo misturado? Justifique com trechos do texto:
11)  Conforme a fala do menino da imagem, quem seria o culpado pelos alagamentos nos bairros, sendo que ele mesmo descartou o lixo fora da lixeira?
12)   Na fala da imagem é citado o nome de um animal, mas o que o menino quis realmente dizer? 
13)  Na sua casa o lixo é separado corretamente?
14)  Comprove com elementos do texto que a história é antiga?
15)  Separe as sílabas das palavras: amassado, indiscrição, incrível, examinei, soubesse, cartãozinho, tranquilizantes.
16)  Faça uma breve pesquisa na internet sobre o escritor, “Luis Fernando Veríssimo”. Apresentar na aula seguinte.
17)  Nos dias de hoje muito se escuta falar em preservar o meio ambiente, para você qual a importância de vivermos em uma sociedade em que as pessoas estão mais preocupadas em deixar um mundo melhor para uma futura geração?                     (Mínimo 12 linhas)


 

 



Planejamento com alunos do 6ºano - Colégio Theóphilo Sauer
Acadêmicos Bolsistas Liana Lamarques e Vanderlei Linden

                                                Plano de aula 1 -Turma 162

Data: 03/04/2017

Carga horária: dois períodos, das 13:00m às 14:55min.

Assunto: Dinâmica de integração, questões de abordagem pessoal, produção textual.

Objetivos:

·         Conhecer os alunos a fim de integrar a turma e criar um vínculo entre alunos e professores através da dinâmica de integração e questões de auto- conhecimento.

·         Incentivar a leitura e a produção textual com a finalidade de avaliar as reais condições cognitivas e didáticas da turma.

Metodologia : Os alunos e professores farão uma dinâmica com um barbante e questões para conhecerem-se melhor, os alunos responderão questões de abordagem pessoal e produzirão um texto falando sua realidade se auto descrevendo.

Recursos: Folhas para produção textual, quadro, giz, barbante, uma caixa com perguntas, cópia das questões e material dos alunos.

Atividades propostas:

Atividade 01: Os alunos serão convidados a formarem um círculo, um dos professores começa a dinâmica retirando uma questão da caixa escolherá um dos alunos e jogará um rolo de barbante, cada aluno que receber o barbante terá que dizer seu nome e responder a questão, e depois de responder retira uma pergunta para outro colega responder e assim sucessivamente até toda a turma se apresentar e responder uma questão, no final a turma toda fica interligada pelo barbante e os professores salientam a importância da união entre os alunos.

- Qual é o seu nome, idade e o que você mais gosta de fazer?

- Qual é o seu nome, idade e do que você não gosta?

- Qual é o seu nome, idade e o que você costuma ler?

- Qual é o seu nome, idade e para quem você costuma contar seus segredos?

- Qual é o seu nome, idade e que tipo de música você gosta de escutar?

- Qual é o seu nome, idade e qual é sua matéria preferida?

- Qual é o seu nome, idade e quem é seu(a) melhor amigo(a)?

- Qual é o seu nome, idade e como é seu relacionamento com seus pais?

- Qual é o seu nome, idade e como você se define?

- Qual é o seu nome, idade e o que você pretende fazer para ter um futuro melhor?

- Qual é o seu nome, idade e o que você acha que deve ser feito para a situação do Brasil melhorar?

- Qual é o seu nome, idade e como você se sente quando é contrariado?

- Qual é o seu nome, idade e como você se sente quando faz algo errado?

- Qual é o seu nome, idade e por que você acha que deve estar presente nas aulas?

- Qual é o seu nome, idade e por que você acha que deve aprender a língua portuguesa?

Atividades 02: Os professores passarão as questões de abordagem pessoal para os alunos, estes responderão e entregarão para os professores avaliarem.

Relação aluno-aluno

1)    Como é seu relacionamento com os colegas?

2)    Você é influenciável ou costuma influenciar os colegas com suas atitudes?

3)    Você frequentar as aulas, porquê?

4)    Você gosta de trabalhar em grupos ou prefere fazer trabalhos individualmente?

5)    Você reserva um tempo para estudar os conteúdos desenvolvidos em aula durante o horário em que está em casa?

6)    Que tipo de literatura você costuma ler?

7)    Qual é o seu gênero textual preferido. Contos, poemas, crônicas, quadrinhos.

8)    Quantas horas por dia você fica nas redes sociais, celular ou vídeo game?

9)     Quais são suas características positivas e negativas?

10) Quais filmes, series, seriados você costuma assistir?

11) Que estilo de músicas você costuma escutar?

Atividade 03: Os professores lerão para os alunos o texto “Traduzir-se” de Ferreira Gullar e o texto “Hoje resolvi falar de mim... “Pouco”.

TRADUZIR-SE

Uma parte de mim
é todo mundo;
Outra parte é ninguém:
fundo sem fundo.

Uma parte de mim
é multidão:
outra parte estranheza
e solidão.

Uma parte de mim
pesa, pondera;
outra parte
delira.

Uma parte de mim
almoça e janta;
outra parte
se espanta.

Uma parte de mim
é permanente;
outra parte
se sabe de repente.

Uma parte de mim
é só vertigem;
outra parte,
linguagem.

Traduzir-se uma parte
na outra parte
— que é uma questão
de vida ou morte —
será arte?


Hoje resolvi falar de mim...'pouco'      

Então, hoje resolvi falar um pouquinho de mim, do meu jeito... Nem sei ao certo se sou bem assim, admito que acho difícil fazer uma definição de mim mesma... Não gosto de falar sobre qualidades e defeitos... Prefiro que as pessoas me conheçam e tirem suas próprias conclusões... Não aceito qualquer julgamento, até porque não julgo ninguém, não me permito fazer isso porque sou tão ser humano quanto você, ou qualquer outra pessoa. Procuro plantar e semear bons frutos sempre por onde vou, pois acredito fielmente na lei do retorno... 

Pra começar: sou um ser humano normal, tenho defeitos, qualidades, desejos, sonhos, medos, vontades... Não sei para quantas pessoas eu sou realmente especial, e nem sei da intensidade desses sentimentos, e de verdade, eu prefiro não saber, pra mim a vida tem mais graça assim. Só eu posso falar por mim, só eu sei de mim, é à minha consciência que eu devo ou não alguma coisa. Às vezes posso parecer brava, mas eu não sou não! Sei que é impossível agradar à todos, mas faço a minha parte, e tento sempre ser uma pessoa agradável. Posso ser tímida no começo, mas se der falo de mim...'pouco'....


Atividade 04: Os alunos produzirão um texto auto descritivo usando como base os dois textos lidos pelos professores.