Título:
Arte literária e artes plásticas: possibilidades de interação no ensino
fundamental a partir de uma experiência pibidiana
Vanderlei
Linden[1]
Denise Hack Moraes [2]
Lucivera
Naloski Dreschler[3]
1.Justificativa
A escola é um dos espaços
de socialização dos indivíduos, local para adquirir e produzir conhecimentos.
Sendo assim, a escola tem como responsabilidade ampliar os horizontes culturais
e expectativas dos alunos numa perspectiva multicultural. É na escola que
aprendemos a conviver com as diferentes formas de agir, pensar, narrar,
escrever, expressar-se e relacionar-se.
Para aprender, é preciso
que o aluno conheça e pratique vários tipos de interação, não somente com a
leitura, mas também com os objetos que os levem para a aprendizagem. Essa
interação pode ser a partir de tarefas multidisciplinares. Pensando em melhorar
e aprimorar o conhecimento do aluno, nós, bolsistas Pibid do Curso de Letras
das Faculdades Integradas de Taquara- Faccat, criamos e desenvolvemos o
planejamento Cordulino, o espantalho, a
partir da abordagem do texto de mesmo título, de autoria Luciane Raip.
Essa atividade foi
desenvolvida com alunos do 8º ano do colégio Municipal de Ensino Médio
Theóphilo Sauer, no mês de setembro de 2014. Com essa atividade, pudemos observar que o texto preendeu a
atenção dos alunos, levando-os a desenvolver seu respectivos espantalhos, com
embalagens de papel pardo, palha de milho e jornal, baseados no que tinham
assimilado na letiura e nas suas percepções.
2.Duração: 4
horas- aula
3.Objetivo geral:
Proporcionar ao aluno, a vivência de inúmeros gêneros textuais.
4. Objetivos
específicos:
Analisar diferentes gêneros textuais.
Desenvolver, a partir de um texto, habilidades de criação do personagem da obra.
5. Metodologia
Atividade de
motivação:
1) Levar os alunos para o pátio para que eles plantem
mudas de flores no jardim da escola.
2) Confeccionar um espantalho de sacos de embrulhos e
jornal para colocar no pátio, questionando os alunos o porquê de usar
espantalhos.
Atividades de
pré-leitura
Relacionando as atividades de motivação com o conteúdo
do texto a ser explorado, os professores-bolsistas fazem algumas questões, tais
como:
1) Você já ouviu falar em espantalho?
2) Você gostou das histórias da autora Luciane Raupp?
3) Você já assistiu ao filme “Mágico de Oz”?
Leitura do
conto: " Cordulino,
o espantalho"
Atividades de
leitura-descoberta
Para a Alice, que ainda vai chegar...
Para a Rafaela, que está aí, já
deixando o mundo bem melhor...
Para a Antônia, que eu quero tanto
conhecer...
CORDULINO, O ESPANTALHO
Cordulino era um
espantalho. Foi feito de palha, chapéu e roupas velhas para espantar os pássaros.
Mas ele não fazia nada
disso.
Acontece que Cordulino
era diferente. Ele tinha um coração.
E um cérebro.
E um grande amor pela
terra e tudo que dela brota.
E um trato com os
pássaros.
Era o seguinte: metade
das sementes era para os humanos, metade para os pássaros. Simples assim. Justo
assim.
Mas o dono da fazenda,
Seu Valentim, não pensava desse modo:
- De que me adianta um
espantalho que não espanta?
E resmungava sempre:
- Cordulino? Bobolino.
Trouxolino, isso sim.
Um dia, seu Valentim
tirou Cordulino da roça. Jogou o espantalho no galpão, junto com um monte de
traquitanas velhas.
No escuro.
No frio.
No chão úmido.
Caído ali, Cordulino
lembrava do sol, das nuvens, da chuva. Tinha saudade do vento na sua cara de
palha, do cocô dos passarinhos na sua cabeça de chapéu.
Até que um dia...
... passinhos e risinhos
finos iluminaram todo o galpão.
Eram Alice e Rafaela, as
filhas do Seu Valentim:
- Olha o Cordulino! –
exclamou Alice.
- Coitadinho –
penalizou-se Rafaela.
As meninas resgataram-no
do exílio. Inventaram rodas, rodopios, cantorias – toda a sorte de tonturas e
doideiras. Cordulino tinha arrepios de alegria em sua palha embolorada.
Seu Valetim
flagrou a festa e trovejou:
- O que vocês querem com
esse traste, meninas?
- Ah, pai, dá o
Cordulino pra nós – pedichou Alice.
- A gente até sabe onde
colocar – argumentou Rafaela.
O pai, apressado, fez um
gesto qualquer com a mão e saiu na sua lida de sempre.
A mãe juntou-se as
filhas. As três inventaram umas felicidades para Cordulino.
Agora, ele enfeita um canteiro
enorme de sempre-vivas. Sempre vivas como o coração de Cordulino, acordado com
o cheiro da terra, com os pássaros, com o sol, com as canções das meninas, que
brotam do tempo, no espaço do bem querer.
Luciane W.
Raupp
Interpretação do texto
1. O que
diferenciava o espantalho Cordulino dos outros espantalhos?
2. O que
pensava o dono da fazenda a respeito do espantalho? Escreva com suas palavras.
3. Busque no
texto evidências que comprovem que o espantalho possuía sentimentos humanos.
4. O destino
do espantalho muda ao longo do texto, escreva com suas palavras o que fez isso
acontecer.
5. O
espantalho passa por fases emocionais na história, descreva o momento que elas
ficam evidentes.
6. Para você
o que lembra o cheiro da terra? O que vem a sua cabeça quando está em contato
com a natureza?
7. O
espantalho foi posto em um canteiro de sempre- vivas. Comente sobre esse fato.
8. Qual era
a intenção de Cordulino ao fazer uma parceria com os pássaros, quem ele deveria
espantar?
Atividade complementar
Os
alunos assistirão ao filme: “O mágico de Oz”, de Victor Fleming (1939). Em
seguida, compararão o espantalho do filme com o personagem Cordulino, em forma
de painel, com frases e desenhos.
Em
seguida, os alunos produzirão, com materiais diversos, os seus próprios
espantalhos.
A
partir dessa produção plástica, os alunos escreverão sobre esse espantalho no
gênero textual que lhes aprouver.
6. Avaliação
A avaliação será dada a partir das
produções e da participação dos alunos.
[1]
Vanderlei Linden – Acadêmico do Curso de Letras, bolsista do Pibid
(vandilinden@bol.com)
[3] Lucivera
Naloski Dreschler- Acadêmico do Curso de Letras, bolsista do Pibid (luciveranaloski@yahoo.com.br