Leituras literárias: escritas e diálogos intermidiáticos

terça-feira, 25 de novembro de 2014

Cordulino, o espantalho / Arte literária e artes plásticas: possibilidades de interação no ensino fundamental a partir de uma experiência pibidiana







Título: Arte literária e artes plásticas: possibilidades de interação no ensino fundamental a partir de uma experiência pibidiana

Vanderlei Linden[1]
Denise Hack Moraes [2]
Lucivera Naloski Dreschler[3]

1.Justificativa
A escola é um dos espaços de socialização dos indivíduos, local para adquirir e produzir conhecimentos. Sendo assim, a escola tem como responsabilidade ampliar os horizontes culturais e expectativas dos alunos numa perspectiva multicultural. É na escola que aprendemos a conviver com as diferentes formas de agir, pensar, narrar, escrever, expressar-se e relacionar-se.
Para aprender, é preciso que o aluno conheça e pratique vários tipos de interação, não somente com a leitura, mas também com os objetos que os levem para a aprendizagem. Essa interação pode ser a partir de tarefas multidisciplinares. Pensando em melhorar e aprimorar o conhecimento do aluno, nós, bolsistas Pibid do Curso de Letras das Faculdades Integradas de Taquara- Faccat, criamos e desenvolvemos o planejamento Cordulino, o espantalho, a partir da abordagem do texto de mesmo título, de autoria Luciane Raip.
Essa atividade foi desenvolvida com alunos do 8º ano do colégio Municipal de Ensino Médio Theóphilo Sauer, no mês de setembro de 2014. Com essa atividade, pudemos observar que o texto preendeu a atenção dos alunos, levando-os a desenvolver seu respectivos espantalhos, com embalagens de papel pardo, palha de milho e jornal, baseados no que tinham assimilado na letiura e nas suas percepções. 

2.Duração: 4 horas- aula

3.Objetivo geral: Proporcionar ao aluno, a vivência de inúmeros gêneros textuais.
4. Objetivos específicos:
Analisar diferentes gêneros textuais. 
Desenvolver, a partir de um texto,  habilidades de criação do personagem da obra.

5. Metodologia

Atividade de motivação:
1) Levar os alunos para o pátio para que eles plantem mudas de flores no jardim da escola.
2) Confeccionar um espantalho de sacos de embrulhos e jornal para colocar no pátio, questionando os alunos o porquê de usar espantalhos.

Atividades de pré-leitura
Relacionando as atividades de motivação com o conteúdo do texto a ser explorado, os professores-bolsistas fazem algumas questões, tais como:
1) Você já ouviu falar em espantalho?
2) Você gostou das histórias da autora Luciane Raupp?
3) Você já assistiu ao filme “Mágico de Oz”?

Leitura do conto: " Cordulino, o espantalho"

Atividades de leitura-descoberta


Para a Alice, que ainda vai chegar...
Para a Rafaela, que está aí, já deixando o mundo bem melhor...
Para a Antônia, que eu quero tanto conhecer...


CORDULINO, O ESPANTALHO

Cordulino era um espantalho. Foi feito de palha, chapéu e roupas velhas para espantar os pássaros.
Mas ele não fazia nada disso.
Acontece que Cordulino era diferente. Ele tinha um coração.
E um cérebro.
E um grande amor pela terra e tudo que dela brota.
E um trato com os pássaros.
Era o seguinte: metade das sementes era para os humanos, metade para os pássaros. Simples assim. Justo assim.
Mas o dono da fazenda, Seu Valentim, não pensava desse modo:
- De que me adianta um espantalho que não espanta?
E resmungava sempre:
- Cordulino? Bobolino. Trouxolino, isso sim.
Um dia, seu Valentim tirou Cordulino da roça. Jogou o espantalho no galpão, junto com um monte de traquitanas velhas.
No escuro.
No frio.
No chão úmido.
Caído ali, Cordulino lembrava do sol, das nuvens, da chuva. Tinha saudade do vento na sua cara de palha, do cocô dos passarinhos na sua cabeça de chapéu.
Até que um dia...
... passinhos e risinhos finos iluminaram todo o galpão.
Eram Alice e Rafaela, as filhas do Seu Valentim:
- Olha o Cordulino! – exclamou Alice.
- Coitadinho – penalizou-se Rafaela.
As meninas resgataram-no do exílio. Inventaram rodas, rodopios, cantorias – toda a sorte de tonturas e doideiras. Cordulino tinha arrepios de alegria em sua palha embolorada.
 Seu Valetim flagrou a festa e trovejou:
- O que vocês querem com esse traste, meninas?
- Ah, pai, dá o Cordulino pra nós – pedichou Alice.
- A gente até sabe onde colocar – argumentou Rafaela.
O pai, apressado, fez um gesto qualquer com a mão e saiu na sua lida de sempre.
A mãe juntou-se as filhas. As três inventaram umas felicidades para Cordulino.
Agora, ele enfeita um canteiro enorme de sempre-vivas. Sempre vivas como o coração de Cordulino, acordado com o cheiro da terra, com os pássaros, com o sol, com as canções das meninas, que brotam do tempo, no espaço do bem querer.
Luciane W. Raupp
Interpretação do texto

1. O que diferenciava o espantalho Cordulino dos outros espantalhos?

2. O que pensava o dono da fazenda a respeito do espantalho? Escreva com suas palavras.

3. Busque no texto evidências que comprovem que o espantalho possuía sentimentos humanos.
4. O destino do espantalho muda ao longo do texto, escreva com suas palavras o que fez isso acontecer. 

5. O espantalho passa por fases emocionais na história, descreva o momento que elas ficam evidentes.

6. Para você o que lembra o cheiro da terra? O que vem a sua cabeça quando está em contato com a natureza?

7. O espantalho foi posto em um canteiro de sempre- vivas. Comente sobre esse fato.

8. Qual era a intenção de Cordulino ao fazer uma parceria com os pássaros, quem ele deveria espantar?

Atividade complementar
Os alunos assistirão ao filme: “O mágico de Oz”, de Victor Fleming (1939). Em seguida, compararão o espantalho do filme com o personagem Cordulino, em forma de painel, com frases e desenhos.
Em seguida, os alunos produzirão, com materiais diversos, os seus próprios espantalhos.
A partir dessa produção plástica, os alunos escreverão sobre esse espantalho no gênero textual que lhes aprouver.


6. Avaliação
A avaliação será dada a partir das produções e da participação dos alunos.



[1] Vanderlei Linden – Acadêmico do Curso de Letras, bolsista do Pibid (vandilinden@bol.com)
[2] Denise Hack-  Acadêmica do Curso de Letras, bolsista do Pibid (denisehack27@gmail.com)
[3] Lucivera Naloski Dreschler- Acadêmico do Curso de Letras, bolsista do Pibid (luciveranaloski@yahoo.com.br

terça-feira, 11 de novembro de 2014

Trabalhando a crônica com humor

Após a leitura e a interpretação da crônica da As mentiras que os homens contam, de Luis Fernando Verissimo, a turma 205 da Escola Estadual de Ensino Médio Felipe Marx produziu uma crônica a partir da seguinte proposta:


O texto é narrado sob o ponto de vista de uma pessoa do sexo masculino se dirigindo ao sexo feminino. Se ocorresse o contrário e o texto fosse narrado por uma pessoa do sexo feminino se dirigindo ao sexo masculino, como seria?

As melhores crônicas encontram-se abaixo.

As desculpas que enganam direitinho

Fernando Rafael B. R. J

         Sempre somos o “carro-chefe da família”, somos nós que devemos cuidar do almoço e da janta, da limpeza e organização da casa, das burrices que eles volta e meia fazem e ainda do próprio emprego.
         Fazer tudo isso requer muito esforço especialmente psicológico, sim dar conta de tudo isso pode acarretar em uma grande dor de cabeça, afinal tentar abraçar várias causas com uma mão só não é para qualquer mulher.
        Quando todos esses afazeres se acumulam, o stress toma conta e a única saída encontrada por nós é irmos comprar e ainda falar que são apenas poucas coisas, nisso eles sempre caem direitinho.
         Se não fosse somente isso, há também um velho truque de que está no período fértil e hoje "não rola" a transa. Eles até se chateiam, mas nunca que duvidam.
A melhor delas é dizer que está com cólica, dor de cabeça, ahhh... Isso nos livra de sairmos em dias em que não estamos de bem com a vida ou para que vocês façam os serviços por nós.
        Enquanto, vocês ficarem caindo em nossas desculpas de um sexo forte, serão nossos “eternos escravos” e terão que fazer e muito por nós para que consigam nosso “controle”. Aliás, vocês “acham”, falei bem, que sabem algo sobre nós e que sempre tem a razão. Julgam como frágeis, inocentes e gastadeiras, pois bem, engana-se quem pensa dessa “maneira”.

Injustiças e fatos
Leonardo Dal Piva

            Nós mulheres somos muito injustiçadas, mas pouco a pouco estamos vencendo e conquistando mais direitos. Nossa caminhada vem sempre com muitos obstáculos, porém, com a Primeira Guerra Mundial, conquistamos muitos direitos, pois a população masculina diminuiu muito e nós mulheres tomamos frente. Todavia, até hoje, mesmo trabalhando na mesma empresa e com o mesmo cargo, ganhamos menos que os homens.
            Um exemplo de que somos injustiçadas é que um homem vagabundo é vadio, e uma mulher vagabunda é puta. Há tantos outros, entretanto não podemos negar que mentimos para os homens. Tais mentiras como “hoje não, amor, estou menstruada” ou “Antes de você só tive um namorado”. Também fingimos que gostamos da sogra. Gostamos muito da psicologia de falar o contrário do que queremos, mas geralmente funciona. Não mentimos por mão mal, é só para não dizer grosseria como “Sua mãe é uma vaca”. Nós não somos falsas, apenas praticamos a política da boa vizinhança.

As mentiras que as mulheres contam
Liliane Eberhardt

            Nós mulheres mentimos, todavia nossas mentiras têm razões para existirem e, as intenções podem ser boas ou más. Nós fingimos que estamos bem, mas no fundo estamos mal. Tentamos sempre parecer que estamos bem para que os outros não percebam nossas fraquezas e nossas angústias.
           Algumas vezes mentimos para agradar ou não magoar outra mulher, dizemos que ela está bonita quando, na verdade, não concordamos muito. Mas, se a pessoa está ridícula daquele jeito, não queremos deixa-la triste, então a apoiamos. As mães mentem para seus filhos ao contarem aquela velha e conhecida lenda que, se teimassem, o velho do saco os levaria embora. Entretanto essa mentira serve para que os filhos obedeçam e sigam certos caminhos que as mães ensinam.
          Porém há mulheres que usam essa capacidade de fingir para o mal e não para o bem. Há mulheres que fingem gostar de uma pessoa só para se aproximar dela a fim de obter informações e sair falando para todo mundo. Sem contar aquelas que nem se dão ao trabalho de conversar com outra mulher e já sai inventando histórias.


                                               Quanto as mulheres mentem
                                                                                            Nara R. Cardoso

Nós mulheres mentimos pelo simples fato de dorminarmos a arte com perfeição, mentimos sobre tudo a toda hora, enquanto vocês homens ficam pensando até o dia seguinte em como elaborar justificativas perfeitas. Nós mulheres enganamos vocês com muita astúcia, é claro, sempre por um bom motivo. Mas por mais que vocês homens tentem ser cautelosos, sempre serão enganados por nós filhas desobedientes de Eva.
As nossas mentiras muitas vezes são inocentes, algumas têm a função de poupar vocês sobre uma verdade que queremos falar ou a um fato que queremos ocultar.
Quando mentimos para nossos pais que vamos dormir na casa de uma amiga, mas vamos nos encontrar com vocês, é porque adoramos estar com vocês. Quando falamos mal de vocês para as amigas, é para elas não se interessarem por vocês.
Nós mulheres nos indignamos quando vocês mentem, porém não percebemos que mentimos, é natural para nós e fazemos sem sentir.
Podemos mentir por coisas bobas como idade, peso, cabelo, que sempre estamos de dieta, que já temos compromisso quando não queremos sair com vocês, que não sentimos ciúmes e que aquela menina linda que passa é uma "laranja". Mentimos em ser fortes quando estamos destruídas por dentro, que gostamos de atenção, e não aceitamos críticas que queremos ser o centro das atenções.
Ao casar, falamos na alegria e na tristeza, na riqueza e na pobreza, mas sinceramente, mulher não aguenta homem chorão e pobreza, por favor, nós mulheres sentirmos seguras no futuro.
Falamos que a melhor coisa do mundo é estar ao seu lado, entretanto a melhor coisa do mundo é ir as compras com um cartão sem limites e que não vamos comprar nada quando na verdade compramos tudo. Ao chegar em casa, dizemos, amor, estava em liquidação pela metade do preço porque se vocês soubessem os preços surtariam.
Às vezes, queremos vocês bem longe, mas se saírem com os amigos, nosso olhar já fala tudo. Fingimos estar com dor de cabeça quando queremos distância e que só tivemos três namorados incluindo você, e você foi o segundo com quem tivemos uma relação mais íntima.
Falamos que não estamos nem aí para nada, que não nos importamos com aquilo, que não sabemos onde está e nem mexemos naquilo, que não jogamos nada no lixo e que era bem isso que estamos precisando. Mulher é engraçada eu sei, eu concordo.
Sabe, nós mulheres não mentimos, só ocultamos fatos, porque queremos o melhor para vocês. A gente fala coisas para proteger vocês de uma possível verdade.
Bom! Eu digo para você, é você mesmo, não disfarce, você é o melhor homem do mundo. Até sua mãe diz que você é o filho mais lindo, mais inteligente, o preferido.

Será que eu concordo com ela, ou eu finjo concordar?

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Construção do ambiente descrito no conto "Rua do Arvoredo, 27", de Celso Sisto

Os alunos da E.E.E.M. Felipe Marx, turma 81, representaram os ambientes que aparecem no conto "Rua do Arvoredo, 27", por meio de maquetes.

Grupo 1: Sara, Michele, Fernanda, Bianca A. e Isabela.






Grupo 2: Bruno M., Anderson, João, Lucas e Michael.




Grupo 3: Gabriela, Isadora, Andriele, Milene e Amandha.







Grupo 4: Fernanda, Flávia, Yasmim e Rayane



Grupo 5: William, Ramsés, Bruno e Bianca M.



Grupo 6: Kauana, Andressa, catarina e Amanda T.











Plano de aula introduzindo o gênero textual crônica

DATA: 08/09/2014
NÚMERO DE HORAS-AULA: 6 horas-aula
ACADÊMICA: Cristiane Andréia Cornely, Josiani da Silva Pospichil, Lisandra Kohlrausch.
TURMA: 205
DISCILINA: Língua Portuguesa

Conteúdo
Gênero Literário Crônica
Produção textual

Objetivos
Identificar quais são os principais elementos da crônica, por meio de leitura e interpretação de texto, a fim de produzir uma crônica.

Material Necessário
Cesta de lixo.
Embalagens vazias de pertences das professoras.
Crônica O lixo, de Luis Fernando Verissimo.
Questionário de interpretação da crônica.
Pacote de balas.
Folha de redação.

Metodologia
1ª etapa
Apresentação aos alunos de uma cesta de lixo com embalagens vazias de produtos usados pelas professoras para que os alunos adivinhem a qual das três pertencem cada objeto.

2ª etapa
Leitura silenciosa da crônica O lixo, de Luis Fernando Verissimo.

3ª etapa
Entrega aos alunos do questionário de interpretação de texto que está abaixo.
Tendo em vista o texto O lixo, responda às questões abaixo:
1) Na sua opinião, por que os personagens não possuem nome?

2) Que informação o lixo do senhor do 612 dá a respeito de sua família? Comprove sua resposta.

3) Que palavra ou expressão do texto indica que qualquer um pode ter acesso ao nosso lixo?

4) A partir das informações que aparecem na crônica, caracterize os personagens pelo que é encontrado no seu lixo?

5) Complete a seguinte afirmação:
O senhor do 612 deduziu que a senhora do 610 terminara um relacionamento amoroso recentemente porque encontrou _________________________ no seu lixo.

6) Os dois personagens são solitários. Encontre um trecho de cada um dos personagens que comprove isso?

7) Ao observar o lixo do senhor do 612, pode-se concluir que sua alimentação é saudável? Por quê?

8) O narrador aparece sutilmente nesta crônica. Transcreva o excerto em que é possível determinar a marca do narrador?

9) Coloque-se no lugar dos personagens. Que traços de sua personalidade seriam descobertos se alguém analisasse seu lixo?

10) Na crônica de Luis Fernando Verissimo, os personagens sabem sobre a vida um do outro por meio daquilo que encontram no lixo. Que outros meios poderiam ser utilizados para obter-se informações a respeito da vida das outras pessoas?

4° etapa
No momento da correção, dividir a turma em dois grupos, ala esquerda e ala direita. Explicar que cada grupo terá 15 segundos para escolher um integrante que responderá à pergunta, cada pergunta será respondida por uma pessoa diferente. Ganha o pacote de balas o grupo que acertar o maior número de perguntas.

5° etapa
Apresentação de um Power Point com a estrutura da Crônica.

6° etapa
Solicitação de produção textual com a seguinte proposta: Comente a respeito da exposição das pessoas no Facebook, no Twitter ou no What’s App.

Fechamento
Realização de um sarau para que cada um leia a sua crônica.


terça-feira, 2 de setembro de 2014

Leitura e interpretação textual; linguagem informal e regional; produção textual.

Acadêmicos: Andréia Sarturi e Natan Donato
Data: 03/09/2014 - quarta-feira.
Série: 5º série/6º ano.
Carga horária: Dois Períodos
Assunto: Leitura e interpretação textual; linguagem informal e regional; produção textual.

Objetivos

·         Compreender o texto Língua brasileira, de Kledir Ramil por meio da leitura silenciosa e também através de exercícios de interpretação;
·         Perceber e analisar a linguagem informal e regional presente nesse texto a partir da atividade motivacional, da leitura e de exercícios a fim de ampliar o vocabulário do aluno e seus conhecimentos.
·         Identificar substantivos no texto selecionado a partir de atividades com intuito de fazer o aluno entender sua função referencial no decorrer dele.
·         Produzir texto a partir da lenda lida com intuito de aprimorar a escrita.

Metodologia

  • Atividade motivacional;
  • Aula expositiva e dialogada;
  • Explanação;
  • Leitura;
  • Interpretação;
  • Atividades em grupo e individuais;
  • Produção textual.
Recurso

  • Material escolar;
  • Dicionário regionalista;
  • Folhas xerocadas;
  • Cartolinas coloridas;
  • Multimídia.