Leituras literárias: escritas e diálogos intermidiáticos

quarta-feira, 18 de março de 2015

Estudos iniciais

No dia 11/03, os pibidianos realizaram estudos em grupos sobre questões concernentes à metodologia do ensino de Língua Portuguesa e Literatura. A partir desses estudos, escreveram as seguintes resenhas:


TEXTO E CONTEXTO
Por Suzana, Vanderléia e Natan
O ensino gramatical, entremeado a outros conteúdos e inserido num contexto, não deve consistir em análises de extrema minúcia dos verbos, preposições, articuladores e de todas as classes que a língua comporta, à procura de partículas mínimas em sequência. Esse tipo de análise não pode acrescentar construções e significados efetivos ao ser educando, pelo fato de ele não estar sendo o sujeito de tal construção.
No início dos anos 2000, com o estudo focado na área de gêneros textuais, fora enfatizado o papel da linguagem voltada à interação social de quem fala e escreve com suas inúmeras variantes de interlocutores.
Cada produção textual que advém de um gênero ou, por vezes, de mais de um, deve ser propriedade da criação do indivíduo que precisa utilizá-lo, de modo que a língua e suas características normativas sejam adequadas a um determinado contexto. É no aprendizado da elaboração e adequação desses textos que o indivíduo aprende e terá plenas capacidades de ampliar e articular seus conhecimentos, habilidades e competências. É na elaboração de um texto, levando em conta para quem se dirige, como e em que momento, que a gramática surgirá como tema, relacionada ao conteúdo.
O artigo “O ensino de produção textual com base em atividades sociais e gêneros textuais” elucida exatamente a ideia de que a escola precisa ofertar ao seu público de alunos – que vivem em realidades diversas e, até mesmo, adversas – contextos em que possam pôr em prática seus saberes, suas necessidades e capacidades por meio de situações específicas de uso da linguagem, com a finalidade de realizar alguma atividade ou interação social. Nesse sentido, a meta dessa nova forma de ensino é a compreensão e construção da interlocução e não mais o ensino pelo ensino das regras estruturais da língua.
Mais um elemento importante a ser reconsiderado pelo método tradicional de ensino gramatical é o de que a criança, enquanto ser em constante formação, aprende a língua materna, porque aprende a participar da vida em sociedade. Esse ato consolida-se ao longo de sua vida. Assim, para facilitar tal processo, ela pode valer-se do estudo de gêneros, utilizando de maneira mais eficaz os recursos linguísticos disponíveis na escola.

Logo, cabe ao professor, ao mediador, auxiliar na ampliação do repertório de situações onde haja interlocução, fazendo da sala de aula, uma grande oficina literária para o mundo.

RESENHA SOBRE O TEXTO A GRAMÁTICA A FAVOR DA LEITURA E 

ESCRITA

Por Nicole, Adriana e Ananda

O texto A gramática a favor da leitura e da escrita, de Elisângela 

Fernandes, publicada na revista Nova Escola, na edição de agosto de 2013, 

busca orientar os professores sobre o trabalho da gramática aliada à leitura e 

interpretação do texto. 

Inicialmente, expõe-se o desafio que a prática do ensino da gramática 

aliada ao texto representa, pois muitos professores não são preparados para 

tal, uma vez que, em seu período escolar, aprenderam a gramática “pura” e na 

formação acadêmica, muitas vezes, não aprenderam como realizar o trabalho 

das normas gramaticais a partir do texto. 

Na sequência, apresenta-se três modelos de trabalho que podem ser 

realizados nesse sentido, partindo dos princípios defendidos pela teórica Mirta 

Castedo, e que seriam aplicados desde as séries iniciais, nos momentos de 

análises linguísticas, que seriam as atividades destinadas a resolver dúvidas 

específicas, em situações contextualizadas dentro de um projeto ou em 

situações descontextualizadas. 

A primeira situação apresentada na reportagem ocorreu com uma turma 

de quarto ano, com a qual a professora desenvolvia um projeto sobre as 

fábulas por meio do qual trabalhava os conteúdos de gramática 

contextualizados no texto. Houve um foco especial nas terminações verbais, 

que apresentavam problemas nos textos dos alunos. Foi necessário fazer uma 

pausa no projeto das fábulas para ensinar a diferença entre os verbos 

terminados em ÃO e AM. Logo esse aprendizado foi aplicado no estudo das 

fábulas, através da identificação das terminações dos verbos nos textos lidos. 

O segundo caso exposto foi o de uma turma de 7º ano, em que a criação 

de uma revista rendeu o aprendizado dos gêneros presentes na publicação, 

como o artigo, a resenha e a crônica. Juntamente com o ensino desses 

gêneros, foram trabalhados elementos textuais de coerência e coesão textuais, 

como os pronomes, conjunções e elipses do sujeito no texto. 

A terceira situação apresentada foi a de uma turma de 9º ano, que 

trabalho o uso das conjunções através de reflexões sobre os sentidos que elas 

podem produzir no texto e como elas podem auxiliar nas produções de gênero 

argumentativo. Esse trabalho foi realizado paralelamente a leituras e escritas, 

nas quais foi possível ver o uso prático das conjunções. 

A partir dos exemplos dados pela reportagem, é possível perceber que 

os alunos aprendem com maior facilidade a utilizar a língua e a perceber como 

ela funciona na prática e não apenas de uma maneira abstrata, como está na 

gramática. Para os professores, os exemplos servem para mostrar que é 

possível trabalhar a língua de uma forma dinâmica e aliada ao seu uso prático.


GRAMÁTICA CONTEXTUALIZADA

Por Andréia e Tamires


Elisângela Fernandes, em uma reportagem para a revista Nova Escola, intitulada Gramática a favor da leitura e da escrita, aborda o que deveria ser a maneira correta de ensinar Gramática. “Deveria” porque sabe-se que nem todos os professores adotaram esse novo método educativo, pois, segundo professoras entrevistadas, muitos docentes continuam a utilizar o meio tradicional, ou seja, o ensino da gramática totalmente descontextualizado em suas aulas. Isso ocorre, muitas vezes, pelo fato do próprio educador não estar habilitado a nova proposta de ensino, tornando, assim, suas aulas uma mera classificação de palavras.
Depois dessas críticas, Fernandes apresenta três propostas de ensino correto da Gramática, elaboradas por Mirta Castedo, pesquisadora argentina, a qual defende projetos em que, desde os primeiros anos, seja ensinado a análise linguística contextualizada, tendo como principal instrumento o texto. Para tanto, ela expõe essas propostas para serem aplicadas de 6º a 9º ano.
Na primeira proposta, bem como na segunda, os professores adotaram método da reescrita de uma crônica, focalizando o uso dos pronomes como forma de evitar a repetição de palavras ao longo do texto e obter a correta referenciação. Na terceira, após se perceber que a maioria dos alunos utilizavam de forma inadequada os verbos e seus tempos, fez-se a leitura de textos, a identificação dos verbos e exercícios visando o adequado uso desses tempos verbais.
Como docente e estudiosa da Língua Portuguesa, acredita-se que está mais do que na hora dos professores tomarem consciência de que o ensino da língua materna deve estar sempre que possível contextualizado, até porque a mesma palavra, dependendo do contexto, pode ser classificada de diferentes formas. As propostas oferecidas são bastante significativas para os interessados no verdadeiro ensino de nossa língua.


 O USO CORRETO DA GRAMÁTICA

Por Vanderlei, Denise e Janaína

A revista Nova Escola relata em uma de suas reportagens o tema “Gramática na sala de Aula a favor da leitura e da escrita” a importância de trabalhar gramática em sala de aula, fugindo do modo tradicional ensinado. Geralmente, a gramática é aplicada aos alunos de forma não contextualizada, ou seja, frases soltas sem estar inseridas em um contexto, dificultando o aprendizado do aluno, e não prendendo sua atenção.
O objetivo da reportagem é defender o ensino da gramática em sala de aula não trabalhando apenas frases soltas, mas sim inseridas em textos com assuntos interessantes aos alunos, evidenciando a sua realidade de vida. Tudo acontece dentro de um projeto didático, para que o aluno saiba localizar dentro de um conteúdo aplicado as situações gramaticais. O texto afirma que os professores apreenderam da mesma forma que estão ensinando e que o problema não estaria só na sala de aula, mas também nas salas de formações acadêmicas.
            Ensinar gramática deixando de lado o modo tradicional nem sempre é fácil, pois exige do docente um plano de aula elaborado que facilite o processo cognitivo de seus alunos ao entendimento do conteúdo.
            Depois de várias críticas em sua reportagem sobre o modo de ensinar, Elisângela Fernandes deixa claro que é possível balancear o modo de ensinar gramática.  Segundo ela, o ensino da gramática deve ser de uma forma coerente envolvendo os alunos em atividades capazes de fixar e entender o conteúdo trabalhado em sala de aula, facilitando assim o docente alcançar seu objetivo de ensinar a gramática.

GRAMÁTICA A FAVOR DA LEITURA E DA ESCRITA
Angela Berton e Leandro Lui

De todas as guerras travadas nos corredores das escolas, uma das mais fervorosas é entre o texto e a gramática. Batalhas acaloradas ocorrem todos os dias entre professores de língua portuguesa e, até, de outras disciplinas. Poucos veem lógica no ensino da última para nossos pupilos, e quando falamos da gramática em seu estado puro, talvez esses tenham razão, pois todo o regramento que a compõe não faz sentido sem a sua aplicação na prática, ou seja, no texto.
Pois bem, sabemos que a compreensão de textos é fundamental para tudo em nossa vida, sobretudo no aprendizado das diversas disciplinas ensinadas na escola. No entanto, não podemos esquecer que o conhecimento gramatical é preponderante na assimilação de qualquer ideia. É consenso, então, que tanto o texto, quanto a gramática devem ter cadeira cativa nas aulas de língua portuguesa. E como gerenciar esses dois generais egocêntricos em uma mesma aula?
Na revista Nova Escola de Agosto de 2012, Elisângela Fernandes escreveu um artigo chamado “Gramática a favor da leitura e da escrita”, onde aponta a necessidade de se articular o texto com a gramática para a melhor compreensão de ambos. No fundo, todos aceitamos essa ideia, no entanto, colocá-la em prática parece ser uma afronta a todos os preceitos educacionais que temos visto. Onde é que já se viu, trabalhar regras gramaticais juntamente com a interpretação textual? Pois é. Esse parece ser o caminho, não mais confortável, mas o que mais longe leva.
Elisângela apresenta ainda exemplos de atividades desenvolvidas por diversas professoras que buscam abordar a gramática dentro do texto, fazendo com que os alunos não passem pelo drama da conjugação verbal ou das análises sintáticas em frases descontextualizadas. Além disso, essas atividades promovem uma melhor compreensão dos textos trabalhados. Logicamente, isso pode dar mais trabalho do que o normal para essas professoras, mas os alunos certamente terão uma visão menos traumática da gramática e uma compreensão de textos mais profunda.   

DE QUE MANEIRA ENSINAR OS ELEMENTOS DE COESÃO?

Por Dieila, Lílian e Ana Lúcia

O projeto elaborado pela professora Silvia Leticia de Andrade, para os alunos do 7º ano da Escola castanheiras, em Santana de Parnaíba, São Paulo, publicado na Revista Nova Escola, em agosto de 2012, teve como objetivo o ensino dos gêneros crônica narrativa, notícia, entrevista, artigo de opinião, resenha crítica e reportagem, por meio de atividades de leitura e escrita, a fim de que entendessem os marcadores de coesão textual, como por exemplo, os pronomes, as conjunções e os casos de sujeito implícito.
A docente teve como iniciativa este projeto para que os alunos aprendessem a utilizar os elementos de coesão textual, com o intuito de evitar repetições em um texto. Para isso, utilizou como instrumento de sistematização uma adaptação do início da crônica Quando Se É Jovem e Forte, de Affonso Romano de Sant’Anna, e nela havia inúmeras repetições da expressão a mulher. Então, a professora pediu para que os alunos reescrevessem o texto eliminando estas repetições.
O interessante de tudo isso é que ao finalizar a atividade proposta os discentes perceberam o quanto se torna pobre um texto com palavras e expressões repetidas. E o melhor de tudo é que eles, sem ter conhecimento, empregaram corretamente os elementos de coesão textual. Após isso, durante a correção coletiva, os alunos receberam a crônica original, e para finalizar, houve uma discussão do assunto em questão.
É necessário que o professor ensine a gramática dentro de um contexto, e foi exatamente isso que Silvia fez, ela propiciou aos discentes a construção do conhecimento, de forma que não ganharam o conceito pronto do conteúdo ensinado, mas fez com que eles percebessem e conceituassem dentro de um texto os elementos de coesão, pois, quando é usada esta metodologia o resultado é satisfatório.

Dessa forma, como futuras professoras de Língua Portuguesa, temos que parabenizar a professora pelo belo trabalho com a turma, pois, acreditamos que ensinando a gramática em um contexto e não em uma frase isolada, o conteúdo se torna claro para o aluno e tal conhecimento é absorvido. 

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